Economia
FGV: Nordeste tem 3º maior PIB do Brasil, mas reúne estados com menor riqueza
Para economistas da Fundação Getulio Vargas, faltam políticas públicas que busquem ampliar o nível de qualidade de vida.
O Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas produzidas) do Nordeste é o terceiro maior do Brasil, ficando atrás do Sudeste e do Sul. Ainda assim, a região concentra o menor nível de PIB per capita (por pessoa) do país. Segundo economistas, faltam políticas públicas que busquem ampliar o nível de qualidade de vida da região.
Estas observações partem dos dados levantados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE). O instituto irá lançar ainda neste primeiro semestre um Centro de Estudos para o Desenvolvimento, com sede em Fortaleza. O objetivo é auxiliar pesquisadores, formuladores de políticas públicas e analistas econômicos na compreensão dos desafios regionais e na promoção do desenvolvimento da região.
Diante disso, o FGV IBRE elaborou uma análise da economia nordestina ao longo de duas décadas, entre 2002 e 2022. O estudo foi feito com base em dados do IBGE e do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBCR), além de estimativas do FGV IBRE para a variação do PIB real em 2021 e 2022.
Crescimento maior do que o do Sudeste
A pesquisa mostra que a economia nordestina cresceu 2,2% ao ano entre 2002 e 2020 – praticamente em linha com a média do PIB brasileiro, que avançou 2%. O desempenho da região Nordeste foi superior a das regiões Sul e Sudeste, que cresceram 1,7% ao ano cada e abaixo do desempenho das regiões Norte e Centro Oeste, que cresceram 3,2% ao ano cada.
A região ganhou participação no PIB brasileiro ao longo das décadas, embora este movimento tenha entrado em leve declínio nos últimos anos. Em 2017, o Nordeste chegou a representar 14,5% do PIB brasileiro. Na média, de 2002 a 2020, representou 13,6%. O ganho de participação leva o PIB nordestino a ser o terceiro maior do Brasil, ficando atrás do Sudeste e do Sul.
Menor nível de PIB per capita do país
Por outro lado, o PIB per capita apresenta o menor nível do país. Todos os estados nordestinos figuraram entre os dez menores níveis de PIB per capita do Brasil. O Acre foi o único estado fora da região a estar entre os dez menores PIB per capita.
“Esse quadro mostra que é importante que medidas focalizadas de políticas públicas sejam adotadas para a região com objetivo de melhorar o nível de qualidade de vida da região”, disseram Juliana Trece e Claudio Considera, membros da equipe técnica responsável pela pesquisa.
Segundo o estudo, o PIB da região Nordeste cresceu 3,4% em 2022 puxado pelo setor de serviços, crescimento ligeiramente maior do que o crescimento de 2,9% observado no país como um todo. A distribuição das atividades do setor de serviços, porém, é mais concentrada na administração pública. Quase um terço (24,8%) do total do valor adicionado da região, na média entre 2002 e 2020, veio da participação da atividade de ”administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social”.
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