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Amazonas

Vale do Javari, no Amazonas, terá megaoperação do governo federal contra invasores, informa jornal

As ações de logística serão coordenadas pelo Ministério da Defesa com apoio das pastas da Justiça, dos Povos Indígenas e dos Direitos Humanos, além da Polícia Federal, Ibama, Funai e Sesai.

Região do Vale do Javari, no Amazonas. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

Passados mais de oito meses dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, o Vale do Javari, no Amazonas, voltará a ser palco de uma megaoperação das forças de segurança com o objetivo de coibir a prática criminosa de invasores que atuam na caça, pesca e garimpo ilegais no território que abriga a maior quantidade de indígenas isolados do mundo. As informações são do jornal O Globo.

As ações de logística serão coordenadas pelo Ministério da Defesa com apoio das pastas da Justiça, dos Povos Indígenas e dos Direitos Humanos, além da Polícia Federal, Ibama, Funai e Sesai.

Os agentes vão desembarcar em Atalaia do Norte (AM) no próximo dia 27 de fevereiro. Militares da Marinha já estão no local. O primeiro dia da missão deve contar com as presenças dos ministros Flávio Dino (Justiça), Sonia Guajajara (Povos Indígenas) e Silvio Almeida (Direitos Humanos). A presidente da Funai, Joênia Wapichana, e o secretário de Saúde Indígena (Sesai), Ricardo Weibe Tapeba, também vão acompanhar a operação.

A ação é uma continuidade do plano do governo federal com foco na desintrusão de invasores de terras indígenas, iniciada com a operação denominada Libertação para retirada do garimpo da Terra Indígena Yanomami.

Articulada durante sucessivos encontros com representes da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), a força-tarefa do governo federal vai ser anunciada nesta quinta-feira em Brasília e não tem data para terminar. A ideia, segundo os indígenas, é que os invasores sejam retirados e a área da tríplice fronteira com o Peru e a Colômbia, nos municípios de Atalaia do Norte, Benjamin Constant e Tabatinga, passe por uma varredura dos militares e agentes da PF, Ibama e Funai.

Um dos pontos defendidos pela Univaja para que seja realizada a operação é que mesmo com o assassinato de Bruno e Dom, os criminosos continuaram atuando livremente no Vale do Javari,sobretudo na pesca ilegal de pirarucu e tracajás, e também com dezenas de balsas de garimpo na localidade conhecida como base de Jandiatuba, próxima ao território de um grupo de indígenas isolados korubo, crime denunciado ao Minstério Público Federal, Funai e Polícia Federal pela Univaja e sua equipe de vigilância (EVU), coordenada por Bruno, meses antes do crime.

Recentemente, um dos coordenadores da Univaja, Paulo Marubo, foi avisado de que familiares de Amarildo Oliveira da Costa, o Pelado, assassino confesso de Bruno e Dom, ofereceram R$ 20 mil por sua morte. O caso foi revelado pelo ribeirinho que teria sido “contratado” para matá-lo e foi registrado em Boletim de Ocorrência na Delegacia da Polícia Civil de Atalaia.

Os assassinatos de Bruno e Dom, em 5 de junho do ano passado, foram encomendados por Rubens Villar Coelho, conhecido como Colômbia. Essa é a conclusão da investigação feita pela Polícia Federal. ‘Colômbia’ responde na Justiça Federal por um processo no qual é acusado de liderar a pesca ilegal no Vale do Javari, local em que a dupla foi assassinada. Ele está preso desde dezembro, acusado de ser o mandante do crime.

Bruno e Dom foram assassinados a tiros quando voltavam de uma viagem pelo rio Itacoaí, no dia 5 de junho, após uma emboscada. Colômbia estava preso por conta de outro mandado de prisão, este por associação armada ligada a crimes ambientais, onde se investiga a sua relação com o crime brutal e a liderança de uma organização criminosa que usa a pesca ilegal na região para lavar dinheiro do narcotráfico na tríplice fronteira do Brasil com a Colômbia e o Peru.


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