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OMS confirma surto de Marburg, um dos vírus mais letais do mundo

Autoridades da Guiné Equatorial relataram um surto do vírus Marburg. Mesmo vírus já causou altas taxas de letalidade em outros países da África.

O vírus de Marburg é transmitido de morcegos para primatas e seres humanos. (Imagem:Reprodução)

Passaram-se poucos dias desde que o Brasil não registrou nenhuma morte por Covid-19 em 24 horas pela primeira vez desde o início da pandemia. No entanto, uma nova ameaça à saúde pública surgiu no mundo. Após uma reunião de urgência, a Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou o surto do vírus de Marburg na Guiné Equatorial, obrigando o país africano a declarar estado de alerta sanitário.

O microrganismo é considerado um dos mais perigosos do mundo. Isso porque ele pertence à mesma família do Ebola e tem uma taxa média de mortalidade de 50% – podendo chegar a 88%, a depender da variante do vírus.

Incidência de contaminações na Guiné Equatorial

As autoridades da Guiné Equatorial já relataram ao menos nove mortos e 16 casos suspeitos. Além disso, 21 pessoas estão em isolamento e sob vigilância por terem contato com os mortos. Outras 4.325 estão em quarentena em suas casas. Segundo o ministro da Saúde da Guiné Equatorial, Ondo’o Ayekaba, as mortes ocorreram entre 7 de janeiro e 7 de fevereiro.

A Guiné Equatorial fica na África Central e é um dos nove Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), da qual o Brasil também faz parte.

Em um comunicado enviado à agência de notícias Lusa, o Ministério da Saúde da Guiné Equatorial relatou a detecção de uma “situação epidemiológica atípica” em distritos de Nsok Nsomo. O alerta ocorreu depois da morte de pessoas com sintomas de febre, fraqueza, vômitos e diarreia com sangue. O vírus foi confirmado por meio de amostras enviadas para análise no Senegal.

Essa não é a primeira vez que um surto do vírus acontece na região africana. Em 2004, 90% das 252 pessoas infectadas morreram em Angola. Em 2022, duas mortes pelo vírus foram relatadas em Gana. Além disso, também já houve surtos esporádicos em Guiné-Conacri, República Democrática do Congo, Quênia, África do Sul e Uganda.

“O vírus de Marburg é altamente contagioso. Graças à ação rápida e decisiva das autoridades da Guiné Equatorial na confirmação da doença, a resposta de emergência pode chegar rapidamente para salvar vidas e parar o vírus o mais rapidamente possível”, afirmou Matshidiso Moeti, diretora regional da OMS para África.

Vírus de Marburg

Conhecido como “primo” do Ebola, o vírus de Marburg é transmitido de morcegos para primatas e seres humanos. Entre humanos, o contágio ocorre por meio de fluidos corporais de pessoas infectadas ou por superfícies e materiais, como roupas de cama, por exemplo.

Entre s principais sintomas estão:

Febre hemorrágica;
Dor de cabeça;
Náuseas;
Vômitos;
Problemas respiratórios superiores (tosse, dor torácica, faringite).

O vírus tem esse nome em referência a uma pequena cidade da Alemanha, onde foi documentado pela primeira vez, em 1967. Na época, ele causou surtos simultâneos da doença em laboratórios de Marburg e em Belgrado, antiga Iugoslávia (hoje Sérvia). Sete pessoas morreram expostas ao microrganismo enquanto realizavam pesquisas.

Ainda não há vacinas ou medicamentos autorizados para a doença. O tratamento fica concentrado em aliviar os sintomas e, assim, aumentar as chances de sobrevivência.


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