Com salários atrasados, enfermeiros no AM fazem vaquinha para poder comer

Trabalhadores da saúde terceirizados pela empresa Manaós Serviços de Saúde LTDA e lotados no Hospital Francisca Mendes, administrado pelo Governo do Amazonas, estão realizando “vaquinha virtual” para levantar recursos com o objetivo de amenizar os impactos financeiros decorrentes do atraso de pagamento de salários que já está no quinto mês. A denúncia foi confirmada pela presidente Graciete Mouzinho, do Sindicato dos Trabalhadores em Santas Casas, Entidades Filantrópicas e Religiosas e Estabelecimentos de Saúde do Estado do Amazonas (Sindpriv-AM).

“Esses enfermeiros passaram o fim do ano sem receber um centavo. Já vinham com salários atrasados desde outubro. Esses pais de família se sentem abandonados. Estão fazendo campanha para levar um alimento ao menos para levar para a sua família. Essa é a realidade que nós estamos vivendo hoje. A cada ano, a situação piora cada vez mais”, disse a sindicalista.

Os enfermeiros criaram o canal para doação no mês de janeiro deste ano, por meio do site www.vakinha.com.br, um site brasileiro destinado a financiamento coletivo de projetos através de doações de seus usuários online. Conforme a descrição da vaquinha, o objetivo é arrecadar R$ 50 mil. Até o momento apenas nove doações foram contabilizadas cujo valor totalizou R$ 474.

“Viemos por meio desta vaquinha, com intuito de ajudar os colegas enfermeiros (as) que prestam serviço ao hospital do coração (Francisca Mendes) no nosso estado do Amazonas que infelizmente não podemos identificar nesta publicação; profissionais de saúde há 5 meses com o salário atrasado, com falta de repasse do Governo do Estado do Amazonas. Peço a ajuda de todos, a arrecadar uma quantia que possa ajudar os profissionais de saúde”, diz trecho da descrição da vaquinha.

Veja o pedido de colaboração: https://tinyurl.com/2fqs55rc

Mais atrasos

Além dos profissionais que atuam no Francisca Mendes, mais enfermeiros que atuam em Unidades de Terapia Intensa (UTI) de hospitais administrados pelo governo estão desde agosto sem receber pagamentos de salário. A denúncia é da presidente do Instituto de Enfermeiros de Terapia Intensiva (IETI), Suzany Teixeira.

“Nós também estamos no mesmo barco, sem repasse (do Governo do Amazonas) desde agosto/2021. São 270 enfermeiros. Tra 270 enfermeiros. Trabalhamos nas UTIs dos hospitais 28 de agosto; João Lúcio; Platão Araújo, do Cecon, do IMTM. Nas UTIs das maternidades Ana Braga, Balbina Mestrinho; Azilda Marreiro; Dona Lindu e UTI Pediátrica do Francisca Mendes. Nos prontos-socorros da Zona Sul; da Zona Leste; Zona Oeste”, informou a sindicalista, ressaltando que aguarda “a realização de uma licitação para regularização dos serviços, que totalizam 38 UTIs”, completou.

O 18 Horas aguarda posicionamento da Secretaria de Estado de Saúde (SES).