Conecte-se conosco

Amazonas

Especialistas afirmam que UTIs não funcionam plenamente em municípios do interior do Amazonas

Médico diz que a verdade é que não há UTIs funcionando plenamente em interior.

Tribunal acompanhou pedido da Defensoria Pública do Estado – (Foto:Reprodução)

Especialistas ouvidos pelo 18 Horas/Rádio Mix FM afirmaram que não há nenhuma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em funcionamento nas três primeiras cidades do interior que foram contempladas, segundo o Governo do Amazonas, com as UTIs, como em Parintins, Tefé e Tabatinga.

Segundo o ex-presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas (SIMEAM), Mario Vianna, o atual governador do Amazonas, Wilson Lima (UB), comete estelionato eleitoral ao afirmar que as UTIs estão funcionando no interior. “Mais uma vez o governador Wilson Lima, no meu entendimento, comete estelionato. A verdade é que não há UTIs plenamente funcionante em interior. Na verdade, o que se tem leitos de semi-intensiva tanto em Tabatinga, no Hospital de Guarnição do Exército, como também em Parintins. O mais grave de tudo, é que essas UTIs, se estão funcionando, estão funcionando de forma precária, principalmente no que diz respeito aos equipamentos, ao apoio de exames, imagens, gasometria, enfim toda uma necessidade de apoio para uma UTI funcionar integralmente precisa, não existe nesse interior”, analisou Mário Vianna.

O médico disse que não há profissionais especializados em UTIs atuando nas unidades do interior do Amazonas. “O que é mais terrível, é exatamente não ter os profissionais de enfermagem e medicina para atuarem nessas UTIs. Nós temos, aqui, em Manaus, empresas médicas e de enfermagem com profissionais altamente qualificados e que lá fariam, de fato, a diferença se lá estivessem trabalhando. O governo precisa parar de fingir que está resolvendo um problema e resolver de fato o problema. Tem de equipar as UTIs, ter o aparato de apoio adequado, e principalmente, os profissionais qualificados, com enfermagem, técnico de enfermagem, e médicos com formação em terapia intensiva”, declarou.

A presidente do Instituto de Enfermeiros de Terapia Intensiva (IETI), Suzany Teixeira, também afirmou que as UTIs nas três cidades do interior não estão em funcionamento para a atuação em atendimento intensivo.
“Nenhuma UTI do interior está em funcionamento com recursos humanos. A de Tefé e Tabatinga são nos moldes de construção com porteira fechada. A de Parintins existe o espaço, mas não funciona”, disse.

Em entrevista, Wilson Lima disse no último dia 15, que as UTIs atenderam 400 pacientes. “A gente já colocou UCIs (Unidades de Cuidados Intermediários) em todos os interiores, e quando eu falo que coloquei UTI, eu falo de UTI. Colocamos 11 no município de Parintins, dez em Tefé e dez em Tabatinga. Essas UTIs já atenderam, aproximadamente, 400 pacientes”, disse a Agência Cenarium.

Saiba mais
Segundo a Resolução do Conselho Diretor do Ministério da Saúde, Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é área crítica destinada à internação de pacientes graves, que requerem atenção profissional especializada de forma contínua, materiais específicos e tecnologias necessárias ao diagnóstico, monitorização e terapia. Segundo o artigo 14 da RDC, deve ser designada uma equipe multiprofissional, legalmente habilitada, a qual deve ser dimensionada, quantitativa e qualitativamente, de acordo com o perfil assistencial, a demanda da unidade e legislação vigente, contendo, para atuação exclusiva na unidade, no mínimo, os seguintes profissionais:
Médico diarista/rotineiro: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração, nos turnos matutino e vespertino, com título de especialista em Medicina Intensiva para atuação em UTI Adulto; habilitação em Medicina Intensiva Pediátrica para atuação em UTI Pediátrica; título de especialista em Pediatria com área de atuação em Neonatologia para atuação em UTI Neonatal; Médicos plantonistas: no mínimo 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração, em cada turno; enfermeiros assistenciais: no mínimo 01 (um) para cada 08 (oito) leitos ou fração, em cada turno; fisioterapeutas: no mínimo 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração, nos turnos matutino, vespertino e noturno, perfazendo um total de 18 horas diárias de atuação; técnicos de enfermagem: no mínimo 01 (um) para cada 02 (dois) leitos em cada turno, além de 1 (um) técnico de enfermagem por UTI para serviços de apoio assistencial em cada turno; auxiliares administrativos: no mínimo 01 (um) exclusivo da unidade; funcionários exclusivos para serviço de limpeza da unidade, em cada turno.

Segundo a RDC, médicos plantonistas, enfermeiros assistenciais, fisioterapeutas e técnicos de enfermagem devem estar disponíveis em tempo integral para assistência aos pacientes internados na UTI, durante o horário em que estão escalados para atuação na UTI.


Clique para comentar

Faça um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

sete + três =