Amazonas
Projeto multiplica plantas em laboratório para reflorestamento e uso industrial no Amazonas
O projeto de micropropagação de plantas seleciona e multiplica as melhores espécies em laboratório para, depois, utilizar em reflorestamento.
Um projeto desenvolvido no Centro de Biotecnologia do Amazonas (CBA), multiplica plantas da região amazônica em laboratório. O intuito da recriação das plantas é para que sejam usadas para reflorestar áreas desmatadas e também usar as propriedades para diferentes fins industriais.
A pesquisadora Simone da Silva é a responsável pelo projeto de micropropagação de plantas. Ela explicou que são usadas plantas com interesse comercial ou ambiental. As com melhores características no campo são selecionadas e levadas para o laboratório.
A partir de então, uma única folha pode ser multiplicada outras vezes. Para isso, ela passa por diferentes fases.
A pesquisadora explica que as melhores plantas são trazidas para o laboratório para que possa ser iniciado o processo de introdesinfestação e introdução dessas plantas in vitro. Elas são produzidas em condições assépticas. “A única vida que tem dentro dos frascos deve ser a planta. Então, a primeira fase é desinfestar a planta de forma que a única vida dentro do frasco seja a da planta”, complementou.
O resíduo da planta permanece em um frasco até que ela cresça e atinja o tamanho do recipiente. Quando isso acontece, ela é utilizada como doadora de material para que seja multiplicada diversas vezes até ter a quantidade desejada pelo setor produtivo ou industrial.
“Nós vamos dosando os reguladores de crescimento de acordo com a necessidade da planta. Se a planta precisa enraizar, nós utilizamos determinados reguladores. Se precisa brotar, nós utilizamos uma outra classe de reguladores e nós vamos utilizando esse meio de cultura especial para multiplicar em escala comercial essas plantas. Uma multiplicação em larga escala”, afirmou.
Quando a planta já foi multiplicada em escala suficiente ela é levada para uma fase chamada “aclimatização”. Nesse procedimento, as plantas saem dos frascos e do ambiente de laboratório e são levadas para um ambiente externo, para se adaptarem à natureza.
“Se enviarmos essa planta diretamente para o campo, ela não sobrevive. Então, nós começamos a fazer uma adaptação gradual delas dentro dos viveiros ou casas de vegetação. A partir de três a cinco meses, elas já estão aptas, dependendo da espécie, para serem levadas ao campo”, disse Simone.
Uso em indústrias
Com as plantas multiplicadas em larga escala e em tempo menor do que os métodos convencionais, as propriedades que cada uma delas oferece podem servir para indústrias utilizarem para diversos meios e setores.
“A técnica de cultura de tecidos é excelente para quando você precisa de plantas em quantidade e qualidade suficiente. Isso seja para o setor produtivo de plantas para exportação de ornamentais tropicais, por exemplo, a indústria de fármacos que utiliza determinados componentes que precisam ser padronizados. O setor de produção de fibras, por exemplo. Nós trabalhamos com fibras de altíssima resistência que podem ser incorporadas em diferentes indústrias, principalmente do Polo Industrial de Manaus”, explicou.
Uma das plantas mais multiplicadas no laboratório do CBA é a Curauá. Ela é responsável por produzir uma fibra vegetal mais resistente e tem uma alta procura por industrias, segundo a pesquisadora Simone da Silva.
“A fibra da Curauá é uma fibra que costumamos falar que ela é ecologicamente correta, porque não gera resíduos. A fibra é utilizada para indústria, a mucilagem que sobra pode ser utilizada para ração ou para adubo e as infrutescências podem ser comercializadas como planta regional tropical. Ou seja, tudo se aproveita da planta”, finalizou a pesquisadora.
A informação é do g1 Amazonas
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