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Amazonas

Recorde de desmatamento leva Amazonas a decretar emergência ambiental em 19 municípios

Com altos índices de destruição da floresta, o Amazonas é considerado a nova fronteira do desmatamento.

O primeiro semestre de 2021 teve a maior área sob alerta de desmatamento em seis anos, diz Inpe.(Foto:Reuters)

O governo do Amazonas decretou Situação de emergência ambiental em 19 municípios do Estado, após um salto no número de alertas de desmatamento, em abril. A decisão considera que no período de abril de 2022 foram emitidos 1.026,23 quilômetros quadrados (km2) de alertas de desmatamento da Amazônia Legal, correspondendo a um aumento de 76,76%, em relação ao mesmo período de 2021, quando houve alerta para 580,55 km2, e, ainda, que apenas no Estado do Amazonas, foram 347,06 km2, correspondendo a um aumento de 99,48%, em relação ao mesmo período do ano anterior, que atingiu o patamar de 174,53 km2.

O Amazonas foi o estado que mais perdeu floresta em maio entre os nove estados da Amazônia Legal, de acordo com os dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que monitora a floresta por imagens de satélite desde 2008. O Imazon detectou 553 km² de floresta destruídos em solo amazonense, 38% do registrado em toda a região. Isso representou um aumento de 109% em relação ao desmatamento identificado no estado em maio do ano passado: 264 km².

De acordo com o Imazon, a devastação no Amazonas tem avançado nas regiões de divisa com o Acre, Rondônia, Mato Grosso e Pará. Apenas uma cidade, Apuí, concentrou 214 km² de desmatamento em maio, sendo o município que mais destruiu a Amazônia no mês. Essa área equivale a 39% de toda a devastação registrada no estado. Outros três municípios amazonenses também ficaram na lista dos 10 que mais destruíram a floresta em maio: Lábrea, Novo Aripuanã e Manicoré.

Com altos índices de destruição da floresta, o Amazonas é considerado a nova fronteira do desmatamento. Em 2021, o estado foi responsável por 18% do total perdido em toda Amazônia (2.347 km²) e, em 2022, tem registrado os piores números da série histórica de monitoramento realizado pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE).

O Decreto assinado pelo governador do Estado, Wilson Lima (UB), reconhece o problema ambiental e também considera que na atualização de dados, do dia 1º ao dia 13 de maio, a Amazônia Legal registrou 252,1 km2, o que representa diminuição de 40,38%, comparando o mesmo período de 2021, oportunidade em que houve 422,90 km2 de alertas, e “tendo em vista que no Estado do Amazonas foram registrados 98,66 km2 de alertas de desmatamento, número que, comparado ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 70,68 km2, representa um aumento de 39,54%, em áreas de alertas”.

Foram incluídos os municípios da Região Sul do Amazonas: Apuí, Novo Aripuanã, Manicoré, Humaitá, Canutama, Lábrea e Boca do Acre, e os da Região Metropolitana de Manaus: Iranduba, Novo Airão, Careiro da Várzea, Rio Preto da Eva, Itacoatiara, Presidente Figueiredo, Manacapuru, Careiro Castanho, Autazes, Silves, Itapiranga e Manaquiri. Segundo o Decreto, todos “se encontram sob o impacto negativo do desmatamento ilegal e queimadas não autorizadas e demais crimes correlatos
O Decreto entrou em vigor no último dia 2 de julho e tem prazo de 180 dias.

Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) apontam que a Amazônia teve um aumento significativo no número de queimadas em junho, com 2.562 focos contabilizados. Isso representa o maior registro para o mês nos últimos 15 anos, sendo menor apenas do que em 2007, quando foram computados 3.519 pontos de incêndio.

No acumulado de 2022, já são 7.553 focos identificados, número 19% maior do que os 6.387 pontos verificados nos primeiros seis meses do ano passado. Esse também é o maior índice para o semestre desde 2019, quando foram contabilizados 10.606 focos de incêndio.

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