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Amazonas

Plano de Musk para a Amazônia prevê bases em Manaus e em São Gabriel da Cachoeira, diz revista

Com as duas novas bases, a companhia abrirá uma nova frente de operação no país, enquanto amplia sua área de atuação nas regiões Sul e Sudeste.

O site da revista Veja informou que o plano do bilionário Elon Musk apresentados ao ministro das Comunicações, Fábio Faria, e a executivos do setor de telecomunicações presentes na reunião ocorrida na Fazenda Boa Vista, em um resort de luxo na cidade de Porto Feliz, no interior de São Paulo, prevê duas estações de satélites que deverão ser instaladas na região amazônica até meados de julho por uma de suas empresas, a Starlink.

Chamadas tecnicamente de gateways, as unidades ficarão em Manaus e na cidade de São Gabriel da Cachoeira, no extremo oeste do estado do Amazonas, e farão conexão com os satélites de baixa altitude que o bilionário tem autorização para operar sobre o território brasileiro até 2027. Cada gateway tem capacidade para cobrir um raio de 1 000 quilômetros, o que permitirá a conexão de aproximadamente 1 000 escolas em áreas remotas aos serviços da Starlink dentro da região amazônica.

Segundo a revista, a visita foi rápida e durou pouco mais de cinco horas. Mas a passagem de Elon Musk serviu como ponto de partida para um ambicioso programa que promete disponibilizar internet de alta velocidade por satélites em escolas da Amazônia. Musk sinalizou, inclusive, a perspectiva de oferecer gratuitamente os serviços de conexão às escolas da região. “Existe a possibilidade de ele doar esses acessos para algumas escolas assim que os gateways começarem a operar”, disse o ministro das Comunicações, Fábio Faria.

Na reunião, Musk anunciou ainda que cederá ao governo imagens feitas por sua constelação de satélites do território brasileiro que podem ajudar no monitoramento de desmatamento e focos de incêndio na f!oresta.

Desde fevereiro, a Starlink opera no país como fornecedora de serviços de conexão de internet e telecomunicações por satélite para empresas e clientes privados em regiões remotas não atendidas pelas provedoras de telefonia e internet convencionais.

Hoje a empresa trabalha a partir de um gateway instalado em São Paulo e oferece uma cobertura que abrange boa parte do interior paulista, além de regiões dos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. Com as duas novas bases, a companhia abrirá uma nova frente de operação no país, enquanto amplia sua área de atuação nas regiões Sul e Sudeste — além do Brasil, apenas o Chile conta com os serviços da Starlink na América do Sul. Em média, um cliente da Starlink paga cerca de R$ 3 mil pelo terminal de conexão e antena e outros R$ 530 mensais de assinatura do serviço.

O programa de conectividade da Amazônia conduzido pelo Ministério das Comunicações é um desdobramento do leilão de 5G no país, que arrecadou R$ 47,2 bilhões em novembro. Entre as condições estabelecidas no edital do leilão está a interligação de todas as escolas do país à rede de telefonia móvel de alta velocidade. Somando a quantia destinada pelas vencedoras do leilão — Algar Telecom, Claro, Neko/Surf Telecom, TIM e Vivo —, o total de recursos para conexão às escolas, conforme calculado pela Anatel, é de R$ 3 bilhões.

Em abril, o ministério concluiu a licitação para conectar 12 mil escolas remotas, sob responsabilidade da empresa americana Viasat e da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa com parceiras subcontratadas. Nos próximos meses, deve licitar mais 7 mil escolas, o que chegará a um total de 19 mil em todo o país previstas no programa.

O modelo de operação da Starlink é baseado no formato de constelação de satélites não estacionários de baixa órbita, que giram em torno da superfície terrestre a cerca de 550 quilômetros de altitude. Para efeito de comparação, os satélites de comunicação tradicionais, geoestacionários, “cam em órbitas de aproximadamente 35 000 quilômetros da Terra.

A empresa possui hoje mais de 2 mil satélites com atuação em 25 países, cerca de 250 mil clientes e funciona em uma parceria com a SpaceX, companhia privada de lançamento de foguetes, também pertencente a Elon Musk. “Os satélites da Starlink são de tecnologia bastante avançada, mas projetados basicamente para operar com telecomunicações”, explica Ricardo Galvão, físico, engenheiro e ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os artefatos produzidos pela empresa de Musk oferecem conexão a uma velocidade de transmissão de dados de, em média, 300 megabits por segundo — mais de quinze vezes mais rápida que a oferecida hoje no país.


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