Brasil
Polícia Federal desarticula organização criminosa voltada à extração ilegal de minérios em Roraima
As investigações da operação indicam que o grupo criminoso ligado a uma empresa de táxi aéreo e a outra empresa de poços artesianos possuem por volta de 20 helicópteros.
A Polícia Federal (PF) informou que deflagrou nesta quinta-feira (19/05) a segunda fase da Urihi Wapope, com objetivo de desarticular uma organização criminosa dedicada à extração de minério em garimpos ilegais na Terra Indígena Yanomami e sua posterior comercialização. A primeira fase da operação foi deflagrada em outubro de 2021.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão, expedidos pela 4ª vara Federal Criminal, na residência de quatro investigados.
As investigações da operação indicam que o grupo criminoso ligado a uma empresa de táxi aéreo e a outra empresa de poços artesianos possuem por volta de 20 helicópteros, destinados ao transporte do minério extraído ilegalmente.
“Notou-se que, além da extração irregular de minério, o grupo estaria ocultando patrimônio por meio da transferência de bens a terceiros e promovendo a remessa de dinheiro para o exterior com uso de falsa identidade ou por meio de operação de câmbio não autorizada”, informou a PF.
As investigações apontam que o grupo criminoso teria ainda criado uma empresa fantasma objetivando ocultar sua movimentação financeira ilícita.
*O nome da operação – Urihi Wapope (comedores de terra), faz alusão ao nome usado pelos povos Yanomami para se referirem aos garimpeiros, que invadem a TI Yanomami e destroem as áreas de floresta, próximas aos rios, em busca de minério.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, a operação atacou um grupo suspeito de operar a logística aérea para explorar garimpos ilegais na terra dos Yanomami, que movimentou mais de R$ 200 milhões em dois anos.
O grupo, diz a PF, é integrado pelo empresário Rodrigo Martins de Mello, pré- candidato a deputado federal pelo PL. Mello passou a coordenar um movimento de garimpeiros em Roraima que tenta legitimar a atividade criminosa na terra dos Yanomami.
Segundo a PF, aeronaves em nome de empresas do grupo são utilizadas para transportar pessoas, combustível e equipamentos a áreas de garimpo na terra yanomami, como forma de concretizar a extração ilegal de minérios.
Mello é dono de empreendimentos que receberam recursos do governo federal, principalmente para o transporte aéreo relacionado à saúde indígena, segundo o jornal revelou em setembro de 2021.
Duas empresas do empresário, a Cataratas Poços Artesianos e a Icaraí Turismo Táxi Aéreo, receberam R$ 39,5 milhões da União desde 2014, sendo a maior fatia – R$ 23,5 milhões à Icaraí– do governo federal.
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