Amazonas
Bacia do Rio Madeira é uma das mais impactadas da Amazônia brasileira, aponta índice
Levantamento foi divulgado pelo projeto Aquazônia que estuda as áreas mais vulneráveis dos ecossistemas aquáticos da Amazônia.
A bacia do Rio Madeira é uma das mais impactadas da Amazônia brasileira devido às grandes barragens de usinas, garimpo e os processos de urbanização desordenados. Essa informação foi divulgada nesta quinta-feira (5) pelo projeto Aquazônia e divulgada pelo site g1.
O projeto foi desenvolvido com o trabalho de jornalistas especializados em ciência e meio ambiente por aproximadamente seis meses. O Aquazônia também conta com a participação de biólogos.
Durante as pesquisas, a equipe criou um “Índice de Impacto das Águas na Amazônia” que considera vários fatores de pressão sobre rios, lagoas, igarapés, florestas alagadas e demais ecossistemas aquáticos. Nesse índice a Bacia do Madeira foi catalogada como Nível Extremo de Impacto.
“Esses fatores de pressão são atividades humanas como: a presença de uma hidrelétrica, o garimpo ilegal, a mineração em escala indústrial, a presença de agropecuária na bacia e por aí vai”, comentou o coordenador do Aquazônia e fundador da Ambiental Media, Thiago Medaglia.
Ainda segundo Medaglia, os lugares da Amazônia que estão enfrentando níveis de degradação mais altos são os locais onde há sobreposição dos fatores de pressão. Rondônia se encaixa nesse perfil por ter a bacia do Rio Madeira cruzando o estado inteiro.
“O Rio Madeira é muito importante para a Amazônia. É um dos maiores rios do mundo, um dos mais biodiversos, é o principal contribuinte em termos de carga de sedimentos para toda a bacia e, ali existe também um processo de urbanização desordenado que se soma a presença de várias hidrelétricas e ainda se tem o avanço do garimpo. Isso para citar apenas três setores de pressão se sobrepondo no estado”, comentou.
Sobre as áreas de garimpo, a pesquisa aponta que a região do Rio Madeira ao redor de Porto Velho já foi uma das maiores produtoras de “ouro de aluvião” do mundo e atualmente ainda podem ser encontradas dragas no rio sem autorização de lavra garimpeira ou licenciamento ambiental.
“É um modelo de mineração ilegal, em que as dragas sugam o material do fundo para filtrar e separar o ouro com uso de mercúrio, devolvendo depois a água contaminada ao rio”, consta na pesquisa.
O Rio Madeira abriga 40% de todas as espécies de peixes da bacia amazônica — são mais de 1,2 mil. Todos os rios de Rondônia, em algum momento, desaguam no Madeira. Mantê-lo saudável é essencial para a manutenção de toda a bacia Amazônica.
“A presença do garimpo ilegal, muito impulsionado pelo governo federal, tem cobrado um preço muito alto das águas de Rondônia […] Quando a gente fala de água na Amazônia, a gente fala do futuro do Brasil e o futuro do planeta, pois estamos em uma crise climática”, comentou o coordenador do Aquazônia.
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