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Amazonas

Em defesa de direitos de posseiros, Pastoral da Terra contesta licitação da Suframa para terrenos no Distrito Agropecuário

Pastoral diz que terrenos “estão permeados de posseiros que vivem lá desde antes de 1968″, que solicitaram através de requerimentos com os requisitos exigidos junto a Suframa, a regularização das terras.

A Comissão Pastoral da Terra da Arquidiocese de Manaus (CPT) pediu do Ministério Público Federal (MPF) e à Defensoria Pública da União (DPU) que investiguem e tomem providências legais para que a licitação da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) para concessão terrenos no Distrito Agropecuário não prejudique os posseiros que ocupam as áreas e que há anos a regularização das terras e são tratados como invasores.

Oficio DPU ZF

Oficio MPF ZF

Em Ofícios ao MPF e à DPU, a CPT informa que ficou surpresa com a Licitação de compras e vendas de terras. E afirma que os municípios de Rio Preto da Eva, Presidente Figueiredo e Manaus são constituídos, em sua maioria, de terras da União/Suframa e “estão permeados de posseiros que vivem lá desde antes de 1968 até hoje, outros que adentraram há mais de 10 e 5 anos atrás, que solicitaram através de requerimentos com os requisitos exigidos junto a Suframa, a regularização dessas terras e a Suframa vem protelando a referida regularização alegando que essas terras tem o destino, o sonhado, Distrito Agropecuário, que nunca passou do papel”.

Os documentos também diz que “com isso (a Suframa) impede a legalidade aos então posseiros de suas terras, moradias e produção, os quais são tratados como invasores”. E, ainda, que “na verdade esses posseiros, além de serem os verdadeiros donos dessas terras, porque não existe União sem pessoas e governantes, já têm o direito a regularização dessas terras por parte da Suframa e Incra pelo tempo que lá se encontram”.

“Nesse sentido solicitamos que além de realizar a investigação sobre esse dispositivo da Suframa no Edital referido, faça a mediação entre os posseiros dos lotes constante na relação de venda da Suframa, com essa autarquia, a fim de que eles permaneçam com suas moradias, trabalhos e produção, e, assim, possa ser expedido a eles o Título Definitivo e estabelecida a cidadania, pois essas pessoas são brasileiros e filhos de Deus”, diz a CPT.

No início deste mês (07/03), a Suframa informou que está disponibilizando, por meio de licitação, 244 terrenos de sua propriedade localizados no Distrito Agropecuário da Suframa (DAS), sendo 85 no município de Manaus (AM) e 159 no município de Rio Preto da Eva (AM).

Os avisos de licitação das concorrências número 02/2022 (terrenos em Manaus) e 03/2022 (terrenos em Rio Preto da Eva) foram publicados no Diário Oficial da União no último dia 24 de fevereiro. Para a concorrência relativa aos lotes em Manaus, as propostas devem ser encaminhadas até as 10h do dia 24 de maio de 2022; no caso dos lotes em Rio Preto da Eva, o prazo se estende até as 10h do dia 7 de junho de 2022.


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