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Amazonas

Floresta em Lábrea (AM) é a segunda no ranking de multas do ICMBio por crimes ambientais

Entre 2019 e 2021, um quarto de todas as multas aplicadas nas UCs federais da Amazônia foram lavradas contra infratores na Floresta Nacional do Iquiri, localizada em Lábrea (AM).

Área desmatada em Lábrea (AM). (Foto: Reprodução)

Unidades de Conservação do Amazonas situadas em Lábrea, próximo à BR-319, rodovia que o governo federal tenta promover o asfaltamento, são citadas entre as áreas que concentram a maior parte das ocorrências de crimes ambientais e, consequentemente, de multas aplicadas pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) entre 2009 e 2021 na região da Amazônia Legal. O levantamento do site UOL relaciona que entre os principais autores de infrações ambientais das UCs, há políticos regionais e pessoas vinculadas a eles.

De acordo com a pesquisa, no período entre 2019 e 2021, um quarto de todas as multas aplicadas nas UCs federais da Amazônia foram lavradas contra infratores na Floresta Nacional do Iquiri, localizada em Lábrea (AM), em um total de R$ 300 milhões. Ela é a segunda no ranking de UCs federais da Amazônia com maior valor aplicado em multas ao longo de todo o período analisado, com R$ 377,5 milhões.

Na unidade, quatro infratores concentram 91% do valor das multas aplicadas entre 2019 e 2021. Os dois primeiros são Edson Domingos Lopes (R$ 83,6 milhões no período) e Evandro Aparecido de Souza Barros (R$ 73,5 milhões). Ambos foram multados por destruir ou danificar milhares de hectares no interior da Flona.

A dupla foi denunciada pelo Ministério Público Federal, que apresentou uma ação civil pública contra os dois. Segundo o órgão, eles são responsáveis por aberturas de ramais e de estradas clandestinas no Iquiri e aterraram e barraram cursos d’água com a construção de pontes irregulares, entre outros crimes ambientais.

Procurado, Evandro Barros disse ter comprado, em 2013, uma área que já era ocupada desde antes da criação da Flona e reclamou da falta de indenização por parte do governo. Ele admitiu ter construído um curral em mais de uma ocasião e disse não ter condições financeiras de pagar as multas. Já a esposa de Edson Lopes, Marlecy Suave, confirmou que seu marido foi autuado pelo ICMBio, mas negou que ele seja responsável pelas infrações ambientais. Marlecy afirma que ela e o marido são “proprietários legais” da área.

Quem fecha o “top 4” do período na Flona são os madeireiros Francisco de Souza Lima, com mais de R$ 73,1 milhões, e Valdeci da Costa, com R$ 43,6 milhões.

A recordista: Flona do Jamanxim

A Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim, um dos alvos do Dia do Fogo, quando produtores rurais e empresários locais provocaram vastas queimadas na região em 2019, é quem lidera o ranking de unidades de conservação com maior valor aplicado em multas pelo ICMBio. São R$ 571,1 milhões em multas, distribuídas em 531 autuações.

Entre todos os infratores com atuação na Flona, uma família se destaca: os Piovesan/Cordeiro – em alguns casos, o sobrenome da família é grafado como Piovezan. A grande campeã em valor de autuações considerando todas as unidades federais da Amazônia é Sandra Mara Silveira, que já recebeu R$ 95,8 milhões em multas. A maior das multas, de R$ 86,3 milhões, foi aplicada em novembro de 2017 e refere-se ao impedimento, “mediante uso de fogo, da regeneração natural de 5.758,67 hectares” – área superior ou semelhante à de pequenos países, como San Marino e Bermudas. Sandra Silveira é esposa de Márcio Piovezan Cordeiro, que segundo apuração da reportagem com fontes próximas, seria o verdadeiro operador dos desmatamentos. Além dela, um outro parente de seu marido também aparece entre os maiores infratores da Flona do Jamanxim: Edson Luiz Piovesan.

Para ver a reportagem completa , acesse UOL.


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