Economia
Em 13º entre maiores economias, PIB do Brasil cai 4 posições e fica abaixo de média global
Entre 2019 e 2021, país caiu quatro posições em ranking de 15 maiores economias, segundo levantamento, sendo ultrapassado pela Austrália
Um levantamento da agência de classificação de risco Austin Rating aponta que, entre as 15 maiores economias do mundo, o Brasil tem perdido posições desde o ano de 2017, quando estava em 8º lugar. De 2019 para 2021, foram quatro posições perdidas, passando da 9ª para a 13ª maior economia.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil encerrou o ano de 2021 com crescimento de 4,6%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (4).
Comparando 2020 e 2021, o crescimento da economia não foi o suficiente para fazer o Brasil ganhar posições, pelo contrário. O país passou do 12º lugar para o 13º, sendo superado pela Austrália.
A posição é a mais baixa do país desde 2003, quando ficou em 14º lugar, e está distante do recorde no ranking, quando o Brasil atingiu o 7º lugar nos anos de 1995 e de 2010 a 2014. Em 2020, o país saiu da lista das dez maiores economias mundiais pela primeira vez desde 2007.
Segundo o levantamento, os Estados Unidos seguem liderando a lista, seguidos pela China, Japão, Alemanha e Reino Unido, que retornou às cinco maiores economias mundiais depois de três anos e superou Índia.
O valor nominal do PIB em bilhões dólares segue inferior ao de 2019, pré-pandemia, estimado em US$ 1.608 trilhão ante US$ 1.877 trilhão.
Em dólares, o PIB do país fechou 2021 em $ 1,608 trilhão, o que representa 1,7% do PIB mundial. Considerando o resultado do 4º trimestre, o Brasil cai ainda mais, para 15ª posição. O cálculo da Austin Ratings considera o desempenho da atividade e também a variação cambial do ano. Em 2021, o dólar subiu 7,47% sobre o real.
“São as duas coisas juntas que explicam a queda no ranking: um baixo desempenho e a valorização do dólar. Mas, independentemente do que aconteceu no ano passado, o Brasil está muito distante da média mundial. Nos últimos 10 anos, entre 2012 a 2021, nosso PIB cresceu em média 0,4% por ano. O mundo cresceu 3% ao ano e entre os países do Brics, a média foi de 3,4% de alta ao ano. Se tirarmos o Brasil do grupo (que tem Rússia, Índia e África do Sul) a média de alta do PIB sobe 4,5%”, disse à CNN Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.
Considerando a média de crescimento dos Brics, grupo que engloba as maiores economias emergentes do mundo (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o crescimento do PIB brasileiro foi maior que a média, 4,6% ante 3,3%.
“Os países desenvolvidos tem menor necessidade de investimento e, portanto, crescem menos. Neste mesmo período de 10 anos, a média anual entre os mais ricos foi de 1,2%, ou seja, três vezes mais que o Brasil. A explicação é má gestão doméstica. Quando o mundo cresce e a gente não, não dá colocar a culpa no mundo”, ressalva Agostini.
O ministro Paulo Guedes defendeu, até final do ano passado, que o Brasil teria crescido 5,5% em 2021 e afirmava que o país estava crescendo acima da média mundial. A desaceleração no terceiro trimestre do ano passado, no sentido contrário do que aconteceu na economia internacional, consumiu capacidade de ter melhor desempenho.
A recuperação do último trimestre foi bem recebida e sinaliza que PIB de 2022 pode ser maior que os 0,30% estimados atualmente pelos economistas. A guerra na Ucrânia e seus efeitos sobre a economia, especialmente sobre a inflação global, podem mudar este cenário.
O resultado de 2021 está ligado principalmente à recuperação dos setores de serviços e indústria, favorecidos pela reabertura da economia com o avanço da vacinação. A alta inflação, dólar valorizado, falta de suprimentos, incertezas fiscais, a crise hídrica e commodities altas evitaram um resultado melhor, segundo especialistas.
Para o ano de 2022, o Fundo Monetário Internacional (FMI) teve como última projeção, em outubro de 2021, um crescimento de 0,3% do PIB.
O valor seria, segundo a Austin Rating, suficiente para colocar o Brasil no 11º lugar, superando as economias da Austrália e da Rússia, que tem sido duramente afetada pela guerra com a Ucrânia.
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