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Amazonas

Trabalhadores da saúde podem entrar em greve por falta de pagamento do Governo do Amazonas, informa sindicalista

Graciete Mouzinho disse que motivo da paralisação é a falta de diálogo e soluções do Governo do Amazonas quanto ao reconhecimento da dívida de R$58.833.128,50 milhões no total

Profissionais da saúde podem paralisar 70% das atividades caso situação não seja resolvida pelo Governo do Amazonas

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Santas Casas, Entidades Filantrópicas e Religiosas e Estabelecimentos de Saúde do Estado do Amazonas (Sindpriv-AM), Graciete Mouzinho, falou, nesta terça-feira (22/02), sobre a possibilidade de uma greve dos trabalhadores da saúde do Regime do Direito Administrativo (RDAs), caso o Governo do Amazonas não regularize o pagamento de ticket alimentação e de periculosidade (risco de vida) reivindicados pela categoria. Segundo ela, a dívida do Executivo é desde janeiro de 2020 e atinge 6.442 profissionais.

A afirmação de Mouzinho repercutiu durante Cessão de Tempo concedida pelo deputado estadual Wilker Barreto (sem partido), na sessão ordinária da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM). De acordo com a representante do Sindipriv-AM, Graciete Mouzinho, o motivo da paralisação é a falta de diálogo e soluções do Governo do Amazonas quanto ao reconhecimento da dívida de R$58.833.128,50 milhões no total, sendo a falta de pagamento de auxílio alimentação no valor de R$ 28.989.000,00, enquanto que o risco de vida chega a R$ 29.844.128,50.

“O motivo do indicativo de greve é devido essa situação que a gente enfrenta há dois anos e um mês por falta do ticket alimentação e risco de vida. Nós já decidimos que se não tiver resposta positiva em relação ao pagamento dos nossos direitos, vamos chamar uma assembleia para lançar um indicativo de greve. O que pedimos é que o secretário explique e prove para nós que não há direito diante de um contrato que está dentro da lei. Não é fácil trabalhar sem um pingo de valorização e respeito, digo isto não só em relação a falta de pagamento, como também das condições precárias. Nossa alimentação é uma canja gordurosa, um picadinho cheio de sebo, isso não é justo para nós que estamos na linha de frente. Sinto a dor desses profissionais”, explicou Graciete.

Ainda segundo Mouzinho, conforme assegura a Lei nº 7.783/1989 (Lei da Greve), deve ser feito um chamamento de uma assembleia para veiculação em jornal de grande circulação e, caso seja aprovada o indicativo de greve, é definido um prazo para discutir soluções. Não sendo atendidas as reivindicações, a greve é deflagrada com 70% dos profissionais paralisando suas atuações nos hospitais e 30% permanecendo com atendimento nas unidades de saúde.

“É a única solução que nós encontramos para que as pessoas possam nos enxergar, pedimos que a população nos perdoem, mas não aguentamos mais”, apelou Graciete.

Para o deputado Wilker, é preciso que o governo tenha sensibilidade em pagar os direitos trabalhistas dos 6.442 trabalhadores da saúde, sendo 5.112 técnicos de enfermagem e demais profissionais, como enfermeiros, intensivistas, psicólogos, fisioterapeutas, farmacêuticos, dentre outros. O parlamentar aproveitou para cobrar a vinda do secretário estadual de saúde, Anoar Samad, à Aleam para apresentar soluções à categoria.

“Essa fala da Graciete é a mesma que há meses atrás está pedindo providências à esta Casa, será que é isso que os heróis da saúde merecem?… O Governo precisa ter sensibilidade e comprometimento em pagar os direitos dos mais de 6 mil profissionais que foram nossos heróis da saúde durante a pandemia. Por isso, peço que a liderança do governo possa intermediar uma reunião com o secretário da saúde”, finalizou Wilker.


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