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Brasil

Região Norte tem maior proporção de pretos e pardos em cargos gerenciais, diz IBGE

Amazonas e Rondônia alcançaram a sub-representação mais branda, com razões de 0,93 e 0,90, respectivamente, da população preta ou parda na Câmara dos Deputados.

Brasília – Marcha das Mulheres Negras Contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver em Brasília, reúne mulheres de todos os estados e regiões do Brasil (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

A proporção de brancos (68,6%) em cargos gerenciais no Brasil era maior que a de pretos ou pardos (29,9%), em 2018. Somente no Norte (61,1%) e no Nordeste (56,3%), a proporção de pretos ou pardos em cargos gerenciais era maior. Mas como tais percentuais são inferiores aos da proporção de pretos ou pardos na população ocupada em geral destas regiões (78,0% e 74,1%), caracteriza-se, também, a sub-representação. Os dados são da pesquisa Desigualdades Sociais por Cor ou Raça Brasil, divulgada nesta quarta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Parlamento

Com a pesquisa, é possível observar os diferentes graus de sub-representação da população preta ou parda na Câmara dos Deputados, segundo as Unidades da Federação. Em uma situação de perfeito equilíbrio, a razão entre a proporção de parlamentares pretos ou pardos eleitos em uma Unidade da Federação e a proporção de pessoas de mesma cor ou raça seria igual a 1,0, porém, em todos os entes federados, tal razão foi menor do que 1,0 nas eleições de 2018. Amazonas e Rondônia alcançaram a sub-representação mais branda, com razões de 0,93 e 0,90, respectivamente. Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul não tiverem nenhum deputado federal eleito que tenha se declarado preto ou pardo à Justiça Eleitoral.

Informalidade

Em 2018, enquanto 34,6% das pessoas ocupadas de cor ou raça branca estavam em ocupações informais, entre as de cor ou raça preta ou parda esse percentual atingiu 47,3%. A maior informalidade entre as pessoas de cor ou raça preta ou parda é o padrão da série, mesmo em 2016, quando a proporção de ocupação informal atingiu seu mínimo. Nesse ano, havia 39,0% de pessoas ocupadas informalmente, sendo que, entre as pretas ou pardas, tal proporção atingiu 45,6%.

As Regiões Norte e Nordeste apresentaram os piores resultados nesse indicador, notadamente entre as pessoas pretas ou pardas, cujas proporções, em 2018, situaram-se próximas a 60%. O recorte por sexo, porém, não mostrou diferenças significativas quanto às pessoas em ocupações informais. Os resultados de 2018 indicaram que, tanto para homens, quanto para mulheres de cor ou raça preta ou parda, a situação é mais desvantajosa.

Mais resultados da pesquisa

– A proporção de pessoas pretas ou pardas (que compõem a população negra) cursando o ensino superior em instituições públicas brasileiras chegou a 50,3% em 2018. Apesar desta parcela da população representar 55,8% dos brasileiros, é a primeira vez que os pretos e pardos ultrapassam a metade das matrículas em universidades e faculdades públicas.

– Pretos e pardos que compõem a população negra do país são maioria entre trabalhadores desocupados (64,2%) ou subutilizados (66,1%).

– A população negra tem 2,7 mais chances de ser vítima de assassinato do que os brancos.


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