Economia
Clube dos milionários no Brasil ganha 42 mil novos membros
Segundo estudo do banco Credit Suisse, riqueza no país cresce e atinge US$ 3,5 trilhões.
O Brasil apresentou uma das taxas de crescimento de riqueza mais elevadas de meados de 2018 para cá. Segundo mapeamento global feito pelo Credit Suisse, as famílias ricas no Brasil reuniam ativos da ordem de US$ 3,5 trilhões no fim de junho, com um aumento de US$ 312 bilhões no intervalo de um ano.
As informações são do Valor Econômico.
Como consequência, o número de milionários (em dólares) no país subiu de 217 mil adultos para 259 mil, um incremento de 19,3%, o que o colocou no grupo de países com maior crescimento no período, atrás apenas da Holanda, Alemanha, China, Japão e Estados Unidos.
No Brasil, os ativos financeiros respondiam por 49% do patrimônio bruto das famílias, em comparação a 42% em 2010.
As estimativas apontam para um total de 319 mil adultos com patrimônio financeiro acima de U$ 1 milhão no Brasil até 2024, um aumento de 23%. Trata-se de uma projeção conservadora, já que os pesquisadores do grupo suíço envolvidos no Global Wealth 2019 levaram em conta o crescimento do PIB dos últimos 10 anos, período marcado por taxas modestas e uma recessão no meio do caminho.
Segundo Sylvio Castro, executivo-chefe de investimentos da área de gestão de riquezas do Credit Suisse no Brasil, esse pode ser o piso. Se o Brasil ingressar numa fase mais virtuosa como se prenuncia com os juros mais baixos da história, o país pode ter até 350 mil milionários em cinco anos.
“O curioso é que isso é uma Bélgica. No fundo, não é que não tenha um universo fantástico [de indivíduos ricos], mas são 212 milhões de pessoas no país. O Brasil precisa crescer mais rápido que a média histórica para ter mais milionários e reduzir a desigualdade.”
O Brasil foi o único país onde a desigualdade aumentou entre 2016 e 2019. A pesquisa estima que o percentual 1% mais rico da população detenha 49% de toda a riqueza familiar do país. A proporção de brasileiros com patrimônio inferior a US$ 10 mil é maior do que a observada no mundo todo, com uma fatia de 70%, ante 58%.
Uns com tanto…
O nível relativamente elevado da desigualdade reflete em parte a má distribuição de renda, uma tendência que perdura há muitos anos no país, aponta o CS. Para os pesquisadores dois fatores têm contribuído para essa dinâmica: o acesso restrito à educação de qualidade e a divisão entre os setores formal e informal da força de trabalho.
No mundo, mais da metade dos adultos têm patrimônio líquido abaixo de US$ 10 mil, enquanto quase 1% dos milionários possuem, juntos, 44% de toda a riqueza global.
Globalmente, o conjunto das riquezas cresceu US$ 9,1 trilhões entre 2018 e 2019 e chegou a US$ 360,6 trilhões, um crescimento de 2,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O país que mais ganhou milionários no ano passado foi os Estados Unidos, com 675 mil novos indivíduos. Japão e China aparecem na sequência, com 187 mil e 158 mil adultos, respectivamente. De acordo com o relatório, Polônia (74%), Japão (71%), China (55%), Portugal (49%) e Taiwan (44%) são os países que devem somar a maior quantidade de novos milionários até 2024.
A riqueza total aumentou em todas as regiões de 2018 para 2019. A América do Norte adicionou US$ 4,1 trilhões ao estoque de riqueza das famílias, dos quais US$ 3,9 trilhões vieram dos Estados Unidos. A China e a Europa contribuíram com US$ 3 trilhões e a Ásia-Pacífico (excluindo China e Índia) com outros US$ 825 bilhões.
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