AM: comércio prevê impacto negativo e menos empregos com atraso de salários do funcionalismo

O comércio do Amazonas vai sentir um forte impacto negativo com a decisão do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC) de pagar, apenas em janeiro, os salários do funcionalismo público de dezembro apenas em janeiro. De acordo com o presidente do presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus (CDLM), Ralph Assayag, “infelizmente o impacto vai ser bem grande”. O anúncio do atraso no pagamentos dos salários foi feito nesta sexta-feira, pelo governador.

Em coletiva de imprensa, acompanhado de alguns deputados estaduais, ele anunciou que os salários de dezembro só serão pagos em janeiro, nos dias 3 e 4 e os de novembro serão pagos nos dias 3 e 4 de dezembro. O governador também disse que o décimo terceiro de 2019 será pago em duas vezes, nos dias 21 e 22 de novembro, e 19 e 20 de dezembro. O servidor vai passar o Natal e Ano Novo sem o salário de dezembro.

De acordo com Assayag, o reflexo da decisão no comércio vai ser grande pois a folha de dezembro do governo do Estado tem “um valor bem expressivo” e o atraso chega exatamente no momento em que o comércio conta com o fôlego dos recursos para as vendas de Natal e Ano Novo. Ele lembrou que que todos os anos os salários são pagos até o dia 15 ou, no máximo, até o dia 20 e 21 de dezembro, e esse ano o comércio não terá esse dinheiro.

“Então, para o comércio é bem negativo e nós vamos ter que reavaliar, durante a semana toda, fazer a verificação de números para que a gente saiba qual o impacto que pode acontecer em relação ao mês de dezembro, em relação as festividades”, disse Assayag. Os comerciantes vão fazer comparações dos pagamentos das folhas salariais desse ano com as do ano passado, quando o décimo terceiro começou a ser pago em julho, informou.

“Mas isso tudo nós vamos fazer um estudo na semana que vem, mais aprofundado, com calma, para ver se até quinta-feira a gente tem uma base do que que realmente pode ser perdido ou até mesmo o número de contratações que a gente pode perder”, disse, lembrando que a situação é bastante preocupante, pois o governo é o maior pagador, praticamente, de todo o estado . E acrescentou que a situação impacta até no interior do Estado, onde todos estão esperando a folha de dezembro “para que as festividades possam acontecer a contento”.

A folha de pagamento do governo do Amazonas representa cerca de R$ 650 milhões que deixarão de entrar na economia, este ano.