Brasil
EUA emitem alerta de segurança a cidadãos americanos sobre Sete de Setembro no Brasil
No site da embaixada dos EUA no Brasil, o alerta foi colocado, instruindo os americanos a não se aproximarem de locais de manifestações.
O governo dos EUA emitiu um alerta de segurança a seus cidadãos, indicando para riscos associados às manifestações convocadas por aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no dia 7 de setembro.
No site da embaixada dos EUA no Brasil, o alerta foi colocado, instruindo os americanos a não se aproximarem de locais de manifestações.
“Espera-se que manifestações ocorram nas principais cidades do Brasil na terça-feira, 7 de setembro”, diz o comunicado. “A Embaixada dos EUA no Brasil adverte os cidadãos americanos para evitar áreas em torno de protestos e manifestações, já que mesmo manifestações destinadas a ser pacíficas podem se tornar conflituosas”, alertam os americanos.
“Encorajamos você a verificar a mídia local para atualizações e conselhos de trânsito”, sugerem.
Entre as ações a serem tomadas, a embaixada sugere: Evitar as áreas das manifestações.
Tenha cuidado se inesperadamente estiver nas proximidades de grandes reuniões ou protestos.
Outras embaixadas estrangeiras também estão acompanhando com preocupação e tomando medidas de cautela.
Organismos internacionais estão ainda acompanhando a situação de perto. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos informou à coluna que irá monitorar a situação. O objetivo será o de avaliar eventuais violações de direitos humanos por parte dos grupos e ataques contra setores que tentem defender a democracia.
Não haverá, porém, o envio de uma delegação estrangeira. Ainda assim, a situação é inédita no país e revela como os atos planejados para a próxima semana se transformaram em uma preocupação internacional. Em 2018 e 2020, a OEA já havia enviado missões para acompanhar as eleições no país. Mas o monitoramento de manifestação é considerado como raro numa democracia e ocorre apenas em situações como a da Venezuela ou outros países onde oposição e governo vivem um contexto de enfrentamento.
A decisão da Comissão Interamericana de acompanhar a crise ocorre depois que o Conselho Nacional dos Direitos Humanos solicitou que a ONU e o órgão hemisférico fossem acionados.
O Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) é um órgão colegiado que tem por finalidade a promoção e a defesa dos direitos humanos no Brasil. A entidade é formada por 11 representantes da sociedade civil e 11 do poder público, incluindo a Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais do Ministério Público dos estados e da União (CNPG) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Em cartas obtidas pela coluna e enviadas para as Nações Unidas e para o órgão americano, o Conselho pedi que o monitoramento internacional ocorresse principalmente nas cidades de São Paulo e Brasília e alerta que a ameaça à democracia é “iminente”.
O objetivo dos observadores seria relatar violações aos direitos humanos de quem defende a democracia brasileira. Os ofícios foram endereçados ao representante regional do Alto Comissariado das Nações Unidas, Jan Jarab, e à presidenta da CIDH, Antonio Urrejola.
Pelo curto prazo até o 7 de setembro e pelos protocolos por conta da covid-19 e as negociações necessárias com o governos, a CIDH não conseguirá destacar um grupo internacional ao país.
Mas, segundo fontes em Washington, o clima no Brasil vem deixando entidades alarmadas com o risco de uma desestabilização política.
Um acompanhamento internacional não significa nenhum tipo de ingerência externa no país. Mas amplia o constrangimento sobre o governo de Jair Bolsonaro, com sua reputação pelo mundo já profundamente afetada.
Também chamou a atenção dos organismos o fato de que, no material convocando os atos, a ala mais radical do bolsonarismo preparou vídeos em inglês, explicando aos estrangeiros o objetivo das manifestações.
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