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Economia

Desmatamento deve causar mais secas, e isso aumenta a conta de luz no Brasil, dizem especialistas

A produção de comida também deve sofrer, já que depende de chuva ou irrigação.

A seca histórica que fez a conta de luz aumentar é apenas uma amostra do que pode ocorrer se o desmatamento da Amazônia seguir aumentando e as emissões de gases do efeito estufa não forem controladas. A umidade produzida na floresta leva chuvas às regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste. E, com o aquecimento global, a tendência é que o planeta fique mais quente e seco.

A falta de chuva tem efeitos diretos e indiretos no bolso do consumidor. Como a geração de energia no Brasil é feita na maioria por hidrelétricas, e a energia é usada para fabricar várias coisas, a alta na conta de luz afeta o preço de vários produtos que a gente consome. A produção de comida também deve sofrer, já que depende de chuva ou irrigação. Além de tudo isso, pode faltar água para beber, cozinhar e tomar banho.

José Marengo, climatologista e coordenador-geral de pesquisa e desenvolvimento do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais), órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, afirma que a Amazônia é uma fonte de umidade importante para as regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste.

Apesar dessa relação e do aumento do desmatamento da Amazônia, ele declara que ainda não é possível dizer, com comprovação científica, que a seca de agora esteja diretamente relacionada à destruição da floresta.

Sob risco de apagão, país joga fora energia que sobra, e conta de luz sobe R$ 24,5 bi estão “esquecidos” no PIS; veja se você tem direito ao dinheiro Guia do Investidor UOL: Aprenda a eliminar o que faz você perder dinheiro Segundo ele, a principal causa para a crise hídrica é o fenômeno La Niña, que provoca a diminuição da temperatura do Oceano Pacífico e, consequentemente, mudanças nos ventos e nos regimes de chuva.

Mas isso não significa que não haverá impactos. Com o avanço do desmatamento, a tendência é de que períodos secos como o de agora se tornem cada vez mais frequentes.

Paulo Barreto, pesquisador associado do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), afirma que já há evidências de que o desmatamento está diminuindo a quantidade de chuvas na própria Amazônia.

Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, uma rede de organizações da sociedade civil (como o Greenpeace e a WWF), ressalta que a relação entre a Amazônia e as chuvas em outras regiões do país é comprovada.

Durante o verão choveu muito na Amazônia, o que está produzindo as enchentes agora. Mas, quando chove em algum lugar, por compensação, não chove em outro. O La Niña iniciou esse processo, isso se propagou e continua até o momento.

Para agravar o processo, a destruição da floresta contribui com o aquecimento global por causa da emissão de carbono. Na seca de agora, o governo vai acionar usinas térmicas para garantir o fornecimento de energia, o que também aumenta a poluição.

Segundo Marengo, tudo isso vai se refletir no futuro.

A umidade produzida na floresta é distribuída para outras regiões do país pelo fenômeno chamado de “rios voadores”.

O processo começa quando ventos vindos do Oceano Atlântico, os chamados ventos alísios, chegam à Amazônia. Na floresta, o ar é abastecido com ainda mais umidade.

Depois, os ventos seguem seu caminho, mas acabam barrados pela Cordilheira dos Andes.Nessa etapa, parte da umidade vira chuva, abastecendo os rios da própria Amazônia; e outra
parcela acaba retornando a outros pontos do Brasil, podendo virar chuva


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