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Amazonas

Desafio: leilão do aeroporto de Manaus, nesta semana, deve atrair operadores logísticos

O lote que tem Manaus é tido pelo secretário de aviação do Ministério da Infraestrutura, Ronei Glanzmann, como o mais desafiador.

O governo federal realiza entre os dias 7 e 9 deste mês uma série de leilões de aeroportos, portos e ferrovia. Chamada de “Infra Week”, a expectativa é arrecadar R$ 10 bilhões em investimentos privados com as concessões. Estão na lista 22 aeroportos, a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), na Bahia, e cinco terminais portuários.

Os leilões de 22 aeroportos serão divididos em três blocos: Sul, Norte I e Central. O Bloco Sul é formado por nove terminais: Curitiba, Bacacheri, Foz do Iguaçu e Londrina (PR), Navegantes e Joinville (SC), e Pelotas, Uruguaiana e Bagé (RS). Sete compõem o Bloco Norte I: Manaus, Tabatinga e Tefé (AM), Porto Velho (RO), Boa Vista (RR), e Rio Branco e Cruzeiro do Sul (AC). Mais seis formam o Bloco Central: Goiânia (GO), Palmas (TO), São Luís e Imperatriz (MA), Teresina (PI) e Petrolina (PE).

O investimento total nos três blocos supera os R$ 6 bilhões, sendo R$ 2,8 bi no Bloco Sul, R$ 1,8 bi no Bloco Central e R$ 1,4 bi no Bloco Norte. Em um único dia, o governo vai repassar a mesma quantidade de terminais aeroportuários do que o total atualmente concedido (22).

O lote que tem Manaus é tido pelo secretário de aviação do Ministério da Infraestrutura, Ronei Glanzmann, como o mais desafiador: “É um bloco que interessa mais a operadores logísticos, porque 55% da demanda de Manaus são de cargas. O bloco também demanda uma gestão inteligente dos aeroportos menores para garantir a sustentabilidade econômico-financeira da operação”.

O Lote Norte é mais vocacionado à carga, devido à Zona Franca de Manaus — afirma Luís Felipe Valerim, sócio do escritório XVV, que diz assessorar interessados no certame. “Mesmo em meio à maior crise do setor aeroportuário no mundo, a sexta rodada de concessão de aeroportos do governo federal, que será realizada nesta quarta-feira, deverá ter disputa nos três blocos da licitação”, disse.

Devem apresentar ofertas por ao menos um dos três lotes tanto grandes grupos que já administram aeroportos no Brasil — caso de Aena, Vinci, CCR, Inframérica e Socicam — quanto interessados em entrar na área, como a gestora de fundos Pátria e a operadora francesa ADP.

Além dos 22 aeroportos, o Ministério da Infraestrutura quer transferir para a iniciativa privada um trecho da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e cinco terminais portuários, em três dias de leilões a partir de quarta-feira. A expectativa é garantir mais de R$ 10 bilhões em investimentos privados ao longo dos contratos.

No fim do mês, o governo ainda vai leiloar a rodovia BR-153, entre Goiás e Tocantins, com previsão de investimentos da ordem de R$ 8 bilhões. O governo está otimista com a participação de empresas nos projetos e não vê falta de players mesmo nos ativos que costumam atrair menos investidores, como ferrovias e terminais portuários.

Para técnicos do Ministério da Infraestrutura, é viável realizar os leilões neste momento porque são projetos de longo prazo, que chegam a 30 anos de contrato. Outra vantagem citada pelos técnicos é o tamanho do portfólio do Brasil em infraestrutura, um dos maiores do mundo. Além disso, o país mantém uma carteira de projetos ativa e em andamento, o que traz mais confiança para os investidores.

Por último, o governo vai arrendar cinco terminais portuários, sendo quatro no Porto de Itaqui (MA) e um no Porto de Pelotas (RS). Estão previstos mais de R$ 600 milhões em melhorias nos terminais.

Ao longo deste ano, o Ministério da Infraestrutura trabalha para leiloar ainda rodovias e mais terminais portuários, chegando a cerca de 50 ativos.


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