Amazonas
Deputados: hospital no Amazonas precisa de R$ 2 mi para acabar com a “fila da morte”
Parlamentares receberam informações de que um aparelho ecocardiograma está quebrado e outro funcionando com dificuldade.
Os deputados estaduais Dermilson Chagas (PP) e Wilker Barreto (Podemos) informaram, nesta quarta-feira, que enquanto o governo do Amazonas gasta R$ 3 milhões com uma empresa para fazer Xerox de documentos na Secretaria de Segurança Pública (SSP), o Hospital Universitário Francisca de Mendes precisa de apenas R$ 2 milhões para acabar com a fila que contém mais de 500 pacientes adultos e crianças cardiopatas que estão há dois anos esperando por uma cirurgia cardíaca.
Ele estiveram no Francisca Mendes, juntamente com representantes do Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam), conversando com a diretora da unidade hospitalar, Juliana Braga.
Durante a reunião, a diretora informou que existem mais de 500 pessoas, entre adultos e crianças, cardiopatas que estão há dois anos na espera das cirurgias. E que a demora é devido à falta de materiais e leitos. “Nós temos quatro leitos pediátricos, 12 adultos, 10 coronariana. Além disso, por essa falta, uma das seis salas de cirurgias não está funcionando. Então, para suprir a necessidade e diminuir essa fila, precisaríamos de mais 10 para pediatria e 20 para adultos. Com isso, nós teríamos a chance de reduzir o número de pacientes que estão na espera”, disse Juliana que ressaltou já ter o projeto e o espaço para ampliação, porém, faltam recursos para que possa realizado.
Após a reunião, Dermilson acompanhado de Wilker, diretoria e sindicato, iniciaram a fiscalização nas repartições do hospital. Em conversas com médicos especializados em cardiopatas, foi constatado que um aparelho ecocardiograma está quebrado e outro funcionando com dificuldade. O parlamentar questionou da diretora sobre o caso, que foi justificada por ela, a falta dos recursos para resolver os problemas.
Dermilson então perguntou da diretora o valor que o hospital precisa para atender as demandas. Ela afirmou que R$ 2 milhões acabariam com a fila dos pacientes cardiopatas. Pois, com o recurso seria possível comprar materiais cirúrgicos, leitos e equipamentos. “É um absurdo, a falta de responsabilidade que esse governo tem com a saúde pública. Ao invés de investir no hospital que é referência em cardiologia da região norte, prefere pagar R$ 25 milhões para uma organização social administrar o elefante branco que é o Delphina Aziz e pagar R$ 3 milhões em Xerox na Secretaria de Segurança Pública. Isso para mim é crime, a forma que esse governo administra o Amazonas”, disse.
Para o deputado Wilker Barreto, se o governo usasse os quase R$2 milhões que vai custar a Semana da Pátria, e colocasse nesse hospital, ele poderia salvar muitas vidas.
Governo responde
Veja nota oficial do governo sobre a saúde:
Os fornecedores e prestadores de serviços da Secretaria de Estado da Saúde (Susam) já receberam, de janeiro a agosto de 2019, o total de R$ 1.077.287.929,27 do Governo do Amazonas. Desse montante, R$ 255.804.790,19 foram para quitar dívidas de 2018, deixadas pelo governo anterior. Somente do Hospital e Pronto Socorro da Zona Norte Delphina Aziz, a atual administração encontrou oito meses de 2018 em aberto; desses já quitou cinco meses de dívidas herdadas.
Dos mais de R$ 1 bilhão já pagos pelo Governo do Estado a fornecedores e prestadores de serviço, cerca de R$ 821 milhões foram para serviços prestados neste ano. Ou seja, conforme determinação do governador Wilson Lima, a prioridade é manter a regularidade dos pagamentos dos serviços e fornecedores da área da saúde, para que a população continue a receber os serviços.
Os valores investidos, portanto, demonstram a prioridade que o atual Governo tem dado à saúde. Desta forma, a comparação do investimento em saúde com o pagamento de contratos para gestão prisional é inconsistente.
Delphina
De janeiro a agosto de 2019, o Governo do Amazonas pagou R$ 56.246.734,67 ao consórcio responsável pela construção e manutenção do Hospital e Pronto-Socorro Delphina Aziz, localizado na zona Norte de Manaus. O valor é maior que o pago no mesmo período de 2018, que foi de R$ 53.182.351,11.
Ao assumir em 2019, o atual governo encontrou oito meses em aberto do ano de 2018 (maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro). Desses, cinco meses já foram pagos até junho deste ano.
Além do pagamento pela obra, o Governo também já destinou R$ 25.354.047,00 ao Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), contratado em abril deste ano para administrar o Complexo da Zona Norte, que compreende o Hospital Delphina Aziz e a UPA Campos Sales. Com a nova administração, foram abertos novos leitos de UTI e de internação e ampliado o centro cirúrgico.
Com os investimentos, o HPS Delphina Aziz realizou, até o fim de julho, 352 cirurgias no novo centro cirúrgico, ultrapassando a meta estabelecida para o período, de fazer 110 cirurgias por mês.
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