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Veja: Pesquisa mostra que brasileiro subestimou pandemia e culpa presidente Bolsonaro

No levantamento, 80,4% das pessoas dizem que a pandemia dura mais do que imaginavam e 73,4% afirmam que o número de mortos é maior do que o esperado

A transferência de pessoas com covid-19 em Manaus vem sendo realizada desde meados de janeiro. (Foto: Caio di Biasi/MS)

O Brasil ultrapassou nesta semana o número de 300 mil mortos pela Covid-19 e, pela primeira vez, a pandemia vitimou mais de três mil pessoas em um só dia. O sistema de saúde nacional entrou em colapso e praticamente não há vagas em UTIs. Apesar disso, mesmo à beira de um ataque de nervos por terem subestimado o potencial de estrago do inimigo e diante de autoridades que custam a se entender na tomada de medidas urgentes, as pessoas não perderam o otimismo e a fé.

É essa mistura de medo e de esperança que aparece com nitidez em um levantamento do Instituto Paraná Pesquisas feito com exclusividade para a Revista VEJA sobre os sentimentos da população neste momento. Realizado entre os dias 12 e 16 de março, com 2 334 entrevistas no país, o trabalho mostra que a desolação com a situação atual do Brasil nunca foi tão flagrante.

Há um empate técnico entre aqueles que acreditam na melhora da situação sanitária nos próximos meses (39,5%) e os que creem na piora do desastre (41,5%).“Esse é o estilo brasileiro de dizer que ‘a vida continua’ ”, diz o antropólogo Roberto DaMatta.

De fato, há motivos para a sensação de que nem tudo está perdido. Apesar de atrasado, o cronograma da vacinação deverá ganhar tração a partir de abril, quando o Ministério da Saúde receberá pelo receberá pelo menos 47 milhões de doses.
Enquanto o cenário não muda, o brasileiro passa os dias remoendo seus medos e inseguranças com o presente. No levantamento, 80,4% das pessoas dizem que a pandemia dura mais do que imaginavam e 73,4% afirmam que o número de mortos é maior do que o esperado.

Os dados mostram que o brasileiro claramente subestimou os perigos da Covid-19. Tanto é assim que o medo de perder alguém querido para a doença atinge 48% das pessoas, temor muito maior do que o de de ficar sem emprego (7,8%). “Ficamos sem a noção de tempo, a possibilidade de fazer planos, de ter projetos. O maior valor é estar vivo”, afirma a psicóloga Maria Helena Pereira Franco, coordenadora de um laboratório de estudo e atendimento ao luto da PUC-SP.

O resultado não se traduz apenas em desamparo, mas em revolta contra os gestores encarregados da condução da crise. Pela primeira vez, 20% dos brasileiros atribuem o cenário crítico da pandemia a todos os políticos com cargos eletivos (o índice era de 6% em maio de 2020, obtido em pesquisa equivalente). Também cresceu a responsabilização de Jair Bolsonaro pelo descontrole da doença.
O porcentual atingiu 29,4% contra o presidente, muito superior aos 11,2% que culpam os governadores pelo caos sanitário. “Bolsonaro conseguiu num primeiro momento passar a culpa aos governadores, mas agora isso não ocorre de forma tão óbvia. O quesito da recuperação econômica vai na conta do presidente. O responsável por emprego e renda no Brasil é ele, não o governador e o prefeito”, diz Matias Spektor, professor de relações internacionais da FGV.

Leia a matéria completa na Veja.


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