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Um ano após início da pandemia, cidades do interior do Amazonas ainda não têm UTIs

A responsabilidade pela instalação de UTIs nos municípios, segundo a SES, é tripartite ou seja, compartilhada entre Ministério da Saúde, Estado e prefeituras

Amazonas colapsou com a falta de leitos de UTI na pandemia

Quase um século depois da criação da primeira Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do mundo, em 1926, em Boston (EUA), os hospitais no interior do Amazonas ainda não possuem sequer uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) instalada. Nem mesmo a pandemia da Covid-19 no Estado, que completou um ano no último dia 13 de março, (13/01), motivou o Governo do Amazonas ou as Prefeituras a instalarem as UTIs.

A segunda onda pandemia no estado, iniciada em dezembro do ano passado, deixou ao menos 600 pessoas na fila de espera por um leito de UTI. O colapso obrigou às transferências de 542 doentes para outros estados e de 60 pacientes do interior para Manaus.

Uma a cada cinco pessoas hospitalizadas por complicações decorrentes do coronavírus morreu sem sequer ter acesso a um leito de UTI no Brasil desde o início da pandemia, em março de 2020, até meados de fevereiro deste ano. No Amazonas, foi um a cada três. O cálculo foi feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) a pedido da CNN Brasil e leva em consideração os registros das internações no SUS e considera as mortes de pessoas que não tiveram registro se entraram ou não em UTI somadas àquelas que estão documentadas como fora dos leitos.

A Defensoria Pública do Amazonas (DPE) informou que ajuizou ações civis públicas (ACPs) em polos específicos no interior para pleitear a instalação de UTI e que mesmo diante de ações judiciais, pacientes morreram à espera por leito de UTI.

Só Parintins caminha, no momento, para se tornar a primeira cidade do estado a ter UTIs, com a abertura dez leitos no hospital Jofre Cohen. No último dia 3, parte dos equipamentos começou a chegar para a instalação de 10 leitos de UTI (quatro neonatais e seis adultos), com recursos da antecipação de Imposto Sobre Serviço (ISS) pagos pela empresa Celeo Redes Brasil , durante a execução das obras de ligação do município ao sistema nacional de energia elétrica.

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que “a ausência de leitos de UTI no interior é uma questão histórica herdada pela atual gestão que está trabalhando para sanar o déficit”. Disse que os municípios polos não possuíam respiradores e salas de estabilização e que atualmente, todos os 61 municípios do interior possuem Unidade de Cuidados Intermediários (UCI), que são salas de estabilização com respiradores, monitores e bombas de infusão.

De acordo com a SES, o funcionamento dos leitos de UTI, leva em consideração não apenas a instalação dos equipamentos, mas a contratação de profissionais especializados, como médico, enfermeiros e técnicos de enfermagem intensivistas e a habilitação de serviços de apoio, como a hemodiálise, entre outros. E que a implantação dos leitos de UTI no interior está contemplada no programa Saúde Amazonas.

A responsabilidade pela instalação de UTIs nos municípios, segundo a SES, é tripartite ou seja, compartilhada entre Ministério da Saúde, Estado e prefeituras e as prefeituras estão recebendo diretamente do governo federal recursos para atendimento de média e alta complexidade, com o Estado enviando materiais como respiradores, monitores, bombas de infusão e apoiando, dentro da realidade de cada município, a instalação de UTIs.


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