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Banco Central: comércio no Amazonas inicia 2021 com retração similar a observadas em abril de 2020
Boletim diz que o caso do Amazonas sinaliza os possíveis impactos de um agravamento severo da epidemia em outras regiões.
Dados do Boletim Regional do Banco Central, divulgados nesta quinta-feira (04/04), mostram a retração no comércio no Amazonas, na média móvel de sete dias até 10 de fevereiro em relação ao mesmo período do ano anterior. Os números são da comparação de indicadores de atividade econômica de alta frequência do Estado, aqueles que se movem rapidamente e constroem tendências de mercado de setores inteiros.
Em resumo, os indicadores de alta frequência sugerem que a contração econômica ocorrida em janeiro no Amazonas tem magnitude similar à observada em abril de 2020 e que sinais de acomodação em patamar ainda baixo aparecem a partir da segunda semana de fevereiro. Dadas as dinâmicas distintas de evolução da Covid-19 nos estados brasileiros, o caso do Amazonas sinaliza os possíveis impactos de um agravamento severo da epidemia em outras regiões.
As transações de bens e serviços efetuadas com cartão de débito no Estado registraram recuo de 13% na média móvel de sete dias até 10 de fevereiro em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Câmara Interbancária de Pagamentos – Sistema de Liquidação de Cartões (CIP/SLC). Houve contrações em “vestuário e calçados” (82%) e em “restaurantes e similares” (54%).
Comparativamente, a Região Norte, (sem o Amazonas) registrou expansão em praticamente todos os segmentos no mesmo período, sugerindo que a piora no Estado não decorreu exclusivamente do fim do Auxílio Emergencial.
Ao longo do segundo semestre de 2020, a indústria amazonense vinha em ritmo de recuperação das perdas ocorridas no período, até então, mais crítico da pandemia. Entretanto, com o agravamento da crise sanitária ao final do ano, houve limitação do período de operação de plantas industriais de setores não essenciais. Dados do consumo de energia pela indústria de transformação mostram forte recuo a partir de janeiro de 2021, acumulando retração de 19% na média móvel de cinco dias úteis até 7 de fevereiro, em relação ao mesmo período de 2020.
Regiões
Mesmo em meio à pandemia de Covid-19, que provocou a redução da atividade econômica em todo o país, as regiões Norte e Centro-Oeste registraram desempenho positivo, em especial por causa da produção de grãos e desempenho do comércio. As demais regiões – Sul, Sudeste e Nordeste – tiverem contração da atividade, segundo análise divulgada hoje (4) pelo Banco Central por meio do Boletim Regional.
O Índice de Atividade Econômica Regional da Região Norte apresentou crescimento de 0,4% em 2020. De acordo com o BC, a economia do Norte foi especialmente estimulada pelo desempenho do comércio – cujos resultados foram superiores aos das demais regiões –, decorrente em parte do aumento da renda das famílias, favorecido pela concessão do auxílio emergencial, que atingiu 57% dos domicílios da região em novembro.
Além disso, a agricultura, com alta de 5,2% na produção de grãos, e a construção civil, que totalizou geração de 9,3 mil vagas de emprego formal, impulsionaram o resultado. A indústria apresentou comportamento diverso entre os ramos: a extrativa teve modesta expansão, enquanto a de transformação foi bastante afetada pela crise sanitária.
No Sudeste, a retração na atividade econômica em 2020 foi de 1,3%. De acordo com o BC, a estrutura produtiva diversificada da região permitiu que as atividades mais impactadas pela crise tivessem seus resultados compensados, em parte, pela evolução favorável de outras. No setor de serviços, o segmento de atendimento às famílias permaneceu deprimido, enquanto que os serviços financeiros, fortemente concentrados na região, tiveram alta significativa, refletindo a maior demanda das empresas por recursos e o acesso às linhas especialmente criadas para combate aos efeitos econômicos da pandemia.
No que se refere às políticas públicas, o auxílio emergencial e os programas de crédito às empresas estão positivamente associados à criação de emprego, segundo o estudo. A contribuição do auxílio é maior nos estados do Norte e Nordeste do que nos estados das demais regiões. Já a estrutura produtiva local, menos baseada em atividades que exigem maior contato social, e os programas de crédito tiveram maior participação na decomposição do crescimento do emprego nos estados do Sul. Além disso, observa-se que o crescimento do emprego foi maior para os estados da Região Norte.
O BC alerta, entretanto, que esses resultados devem ser interpretados com cautela, pois podem existir outras variáveis que explicam a diferença do emprego formal entre microrregiões.
O índice de emprego formal, calculado dessazonalizado pelo Banco Central a partir de dados do Ministério da Economia, retornou, em dezembro de 2020, ao nível observado no período pré pandemia (média de janeiro e fevereiro de 2020).
De acordo com o BC, regionalmente, a maior expansão ocorreu no Norte, 2,7%, onde o crescimento foi disseminado em todas as unidades da federação. Em sentido contrário, no Sudeste, a queda alcançou 0,8%, sendo que no Rio de Janeiro a queda chegou a 3,9%.
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