Economia
Ações da Petrobras operam em forte queda nesta sexta-feira (19)
Analistas acreditam que o recuo nas ações é consequência das falas recentes do presidente Bolsonaro sobre a estatal.
Nesta sexta-feira (19) as ações mais negociadas (preferenciais) da Petrobras recuam 3,65%, a R$ 28,20 cada. As ordinárias (com direito a voto) têm queda de 4%, a R$ 28,25. A forte queda, segundo analistas, repercute a fala do presidente Jair Bolsonaro sobre a estatal na véspera, indicando que promoverá mudanças na estatal. O Ibovespa recua 0,55%, a 118.532,67 pontos, pressionado pela queda dos papéis da petroleira. As informações são da Folha.
Bolsonaro afirmou em transmissão na noite de quinta (18) que vai ter consequência a fala do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, que dias atrás havia dito que a ameaça de greve de caminhoneiros não era problema da empresa, que na véspera anunciou reajustes no preço do diesel e da gasolina, a partir desta sexta.
Ele disse que “não tem quem não ficou chateado com o reajuste” e fez críticas ao presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. “Não posso chamar a atenção da Agência Nacional de Petróleo, porque é independente, mas tem atribuição também. Não faz nada. Você vai em cima da Petrobras, ela fala ‘opa, não é obrigação minha’. Ou como disse o presidente da Petrobras, há questão de poucos dias, né, ‘eu não tenho nada a ver com caminhoneiro, eu aumento o preço aqui, não tenho nada a ver com caminhoneiro’. Foi o que ele falou, o presidente da Petrobras. Isso vai ter uma consequência, obviamente”, disse Bolsonaro.
“Mais uma vez uma fala do presidente mexe na ação. Mostra o governo interferindo na empresa e o mercado não gosta. Apesar do reajuste, a Petrobras segue defasada em cerca de 7% com relação ao preço internacional do petróleo”, diz Rodrigo Moliterno, chefe de renda variável e sócio da Veedha Investimentos.
Ele também vê como negativa uma possível troca no comando da empresa. “Castello Branco está fazendo um excelente trabalho”. “As recentes declarações do presidente […] indicam que algo pode acontecer na companhia nos próximos dias, o que gera um certo grau de incerteza por parte dos investidores com relação à possíveis mudanças na governança da empresa. Vale dizer que os aumentos divulgados pela estatal nos últimos meses têm o objetivo de contrabalancear as perdas obtidas durante 2020 por conta do isolamento social e a consequente diminuição na demanda por combustível”, afirma Luis Sales, analisa da Guide Investimentos, em relatório.
“Apesar de não ser possível avaliar impactos das declarações do Presidente, acreditamos que o mercado deverá reagir de maneira negativa tendo em vista a maior percepção de riscos para a autonomia da estatal e de sua política de preços de combustíveis. Isso reforça nossa visão de maior cautela com a Petrobras conforme afirmamos em nosso relatório recente de rebaixamento das ações para neutro”, diz a XP Investimentos.
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