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Amazonas

Loja virtual oferece diversidade do artesanato de ribeirinhos e indígenas do Amazonas

Os clientes podem adquirir acessórios e artigos de casa e peças decorativas feitas de sementes naturais, fibras e madeiras reaproveitadas da floresta por meio do site. 

As vendas por meio de plataformas digitais têm sido uma importante ferramenta de comercialização para artesãos ribeirinhos e indígenas do Amazonas. Por meio da loja virtual “Jirau da Amazônia”, um e-commerce resultado de uma parceria entre comunidades tradicionais, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e a Americanas.com, esses profissionais faturaram mais de R$ 70 mil entre junho de 2019 e dezembro de 2020.

Os clientes podem adquirir acessórios e artigos de casa e peças decorativas feitas de sementes naturais, fibras e madeiras reaproveitadas da floresta por meio do site.  Ao todo, 339 artesãos de 20 comunidades tradicionais do Amazonas disponibilizam seus produtos na loja virtual. O catálogo digital inclui fruteiras, cestos, jogos americanos, abanos, colares, pulseiras, bolsas, luminárias, redes e óculos – todos produzidos de forma sustentável com materiais da floresta.

Segundo o coordenador de Empreendedorismo da FAS, Wildney Mourão, 278 famílias são beneficiadas com a iniciativa. O ‘Jirau’ contribui para alavancar o empreendedorismo amazônico e se comprovou fundamental diante do cenário desafiador instalado pela pandemia do coronavírus.

“O e-commerce é importante, sobretudo nesse momento em que vivemos, sem poder realizar feiras comerciais ou participar de eventos presenciais. A plataforma digital é fundamental para os artesãos terem acesso ao mercado e, assim, continuarem produzindo e vendendo seus artesanatos”, afirma Wildney.

Para o coordenador, o primeiro ano do ‘Jirau’ foi de validação de estratégias no modelo de negócio no universo digital com produtos sustentáveis da Amazônia. A parceria entre FAS e Americanas já estuda novas possibilidades para 2021. “Estamos com uma curva de aprendizado importante com o Jirau. Queremos ampliar o leque para produtos da floresta e produtos sustentáveis, que tenham conexão com insumos da floresta e os empreendedores. A ideia é diversificar no futuro e incluir o segmento de alimentação e bebidas”, disse.

Os artesanatos à venda no Jirau são feitos desde sementes a fibras, pedras, cipós e madeiras da floresta. Os valores variam de R$ 20 a R$ 754 e também são cobradas tarifas pelo frete, sendo que todo o valor das vendas é repassado aos artesãos, parte usada em custos de embalagem, transporte, impostos e tributos. A Americanas.com não fica com nenhum valor.

Da floresta para a internet

O indígena da etnia Baré, Joarlison Garrido Melo, é um dos artesãos do Jirau. Ele é representante do grupo de artesanato Surisawa, na comunidade indígena Nova Esperança, localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Puranga Conquista. Para Joarlison, a experiência com e-commerce tem sido valiosa para o grupo.

“Essa nova forma de comércio tem proporcionado grandes resultados e possibilitando a oportunidade de divulgar e vender nossos ecoprodutos para o Brasil, com uma boa aceitação no mercado. Isso nos torna um grupo cada dia mais forte, com novas projeções e perspectivas”, afirma o empreendedor.

Joarlison acredita que o Jirau veio para concretizar a iniciativa de trabalhar com sustentabilidade dentro das Unidades de Conservação (UCs). “Aqui, estamos sempre procurando inovação, novas parcerias e alternativas de comércio. O Jirau trouxe isso, a chance de trabalhar com o princípio da sustentabilidade e utilizar somente o necessário e da forma correta.”

Além do Surisawa, os grupos de artesãos do Jirau são: Entrelaçando Gerações, da comunidade ribeirinha Tumbira, também na RDS do Rio Negro; o Grupo Banzeiro, de quatro comunidades de Maués; o Formiguinhas do Saracá, da comunidade do Saracá, na RDS do Rio Negro; o Teçume D’Amazônia, da comunidade São João de Ipecaçu, na RDS Amanã; o Molongó, da comunidade de Nova Colômbia, na RDS Mamirauá; e Associação Zagaia Amazônia, de Manaus.

Toda a ação do Jirau recebe apoio do Fundo Amazônia/BNDES e cooperação estratégica da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), responsável pela gestão das Unidades de Conservação (UC) do estado do Amazonas.


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