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Amazonas

Cientista diz na Assembleia que “negligência” foi responsável pela segunda onda de Covid-19 no Amazonas

Lucas Ferrante é biólogo, mestre em Ecologia e doutorando do programa de Ecologia do Inpa e parte do grupo de cientista que previu a segunda onda de Covid-19 no Estado.

O cientista do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) Lucas Ferrante, disse, nesta terça-feira, na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE) que não foi a nova variante do vírus coronavírus a responsável pela segunda onda de casos de Covid-19 e o aumento de mortes no Estado. Segundo ele, a negligência dos governos em tomar medidas de contenção da circulação do vírus foi a grande responsável pela situação que o Amazonas viveu em dezembro de 2020 e janeiro e fevereiro de 2021.

Lucas Ferrante é biólogo, mestre em Ecologia e doutorando do programa de Ecologia do Inpa e parte do grupo de cientista que previu a segunda onda de Covid-19 no Estado.

Segundo o cientista, a variante amazônica do vírus, a P1, surgiu novembro de 2020, mas já com a segunda onda instalada no Estado. E foi uma consequência da maior circulação do vírus da variante anterior. A predominância da nova cepa ocorreu apenas no meio de janeiro, disse. Segundo ele, a nova cepa tinha 0% de predominância em novembro, 50% em dezembro e só teve predominância em janeiro, segundo dados da Fundação de Vigilância em Saúde do Estado (FVS-AM).

Ferrante já prevê a possibilidade de uma terceira onda em março, com a predominância da nova cepa, com a possibilidade de ser pior, com taxa de mortalidade maior, em consequência da maior taxa de contaminação. Há a possibilidade de aparecer uma variante resistente às vacinas. Por isso, defende que medidas devem ser tomadas imediatamente.

Ele propos um lockdown imediato, com socorro econômico à população necessitada, o que ele chamou de ‘lockdown extensivo’ de 20 dias a um mês, com restrição de circulação de 90% da população – com permissão de circulação apenas para profissionais de saúde – e vacinação massiva, de 70% da população nos próximos 3 meses. Ele disse que o ritmo de vacinação atual não é suficiente para frear o crescimento da contaminação, por isso é preciso acelerar todo o processo, em Manaus e no interior do Estado.
Para o cientista, os indicativos da pandemia no Amazonas não permitem flexibilizar as atividades, ou o reflexo será grave, com um crescimento de casos a partir de março. Se nada for feito, as atividades econômicas terão que ser fechadas mais duas vezes, com mais prejuízo material e de saúde para a população do Estado, disse.

Ferrante disse, ainda, que se o Amazonas não conseguir conter uma terceira onda, a pandemia se prolongará até, pelo menos 2023, inclusive com o aparecimento de uma variante ainda mais resistente a vacinas, chamando a atenção de todo o planeta, fazendo que tudo que foi feito até agora se perca. Por isso, defendeu a vacinação geral da população e não apenas dos profissionais de saúde e dos grupos de risco, para que se alcance a imunidade de rebanho.


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