Amazonas
Média de mortes por Covid no Amazonas é o dobro do pico da pandemia, em maio
O Amazonas começou 2021 com uma média de 19 mortes por semana. Considerando os números da terça-feira (26), o estado teve um salto de 630% desde 1º de janeiro.
A média de mortes por Covid-19 no estado do Amazonas teve um salto drástico no mês de janeiro e dobrou na comparação com o primeiro pico da doença, no primeiro semestre do ano passado.
Na terça-feira (26), o estado registrou o recorde na média móvel em toda a pandemia —139. O número leva em conta a comparação dos últimos sete dias, em relação ao mesmo período da semana anterior. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa e publicados pelo Uol.
O Amazonas começou 2021 com uma média de 19 mortes por semana. Considerando os números da terça-feira (26), o estado teve um salto de 630% desde 1º de janeiro.
Além disso, as atuais médias de mortes do estado são o dobro daquelas registradas no primeiro pico da pandemia, em maio. A maior média naquela época foi de 66 óbitos por semana em 9 de maio.
Desde então, a média começou a cair até estabilizar em aproximadamente dez mortes em média por semana, com pequenas flutuações nos meses seguintes. Em 21 de dezembro, o estado entrou em tendência de aceleração e, em janeiro, os números voltaram a explodir, ultrapassando a marca dos 100 desde 20 de janeiro.
Maiores médias de mortes em maio:
9 de maio: 66
10 de maio: 65
15 de maio: 65
Maiores médias de mortes em janeiro:
24 de janeiro: 136
23 de janeiro: 133
25 de janeiro: 132
26 de janeiro: 139
Covid-19: 49% dos óbitos
A tragédia do Amazonas também pode ser medida pela proporção de mortes por Covid-19 este mês. Das 2.516 já registradas e computadas pelos cartórios no estado, 1.234 foram Covid-19 e 219, por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) —que é uma das consequências causadas pela Covid19. Somadas as duas causas das declarações de óbito, elas respondem por 57,7% do total de mortes até aqui em 2021 no estado.
Apenas a doença causada pelo coronavírus oficialmente corresponde a 49% dos óbitos. Para efeito de comparação, em maio de 2020 —quando o estado viveu o pico da primeira onda da doença—, o percentual de mortes causadas pela Covid-19 e SRAG responderam por 42,9% das 2.698 mortes registradas naquele mês.
Para a sanitarista e vice-presidente da Abrasco (Associação Brasileiro de Saúde Coletiva), Bernadete Peres, os números de 2021 no Amazonas fogem até mesmo ao padrão inicial da covid-19 e são reflexo direto de uma “inadmissível desassistência, falta de oxigênio e ausência de respostas para o controle da transmissão viral”.
“Causa tristeza e indignação ver esses dados. É uma situação assustadora para o caso de doença evitável. A carga de adoecimento e morte é inaceitável e reflete o descaso, descompromisso e omissão com a vida das pessoas. A resposta precisa ser articulada em diversas dimensões: clínica, epidemiológica, econômica, social, biomolecular, política, de comunicação social etc.”, avalia.
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