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Amazonas

Japão notifica Brasil sobre mutação da Covid-19 em 4 pessoas vindas do Amazonas

A nova variante possui 12 mutações, sendo que uma delas é a mesma encontrada em variantes já identificadas no Reino Unido e na África do Sul, com maior potencial de transmissão do vírus.

O Japão notificou o Ministério da Saúde no sábado (9) sobre a identificação de uma nova cepa do novo coronavírus em quatro viajantes que chegaram a Tóquio provenientes do Amazonas. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Segundo informações fornecidas ao Ministério da Saúde pelas autoridades sanitárias japonesas, a nova variante possui 12 mutações, sendo que uma delas é a mesma encontrada em variantes já identificadas no Reino Unido e na África do Sul, o que implica em maior potencial de transmissão do vírus.

Não há, no entanto, nenhuma evidência científica que aponte que novas variantes possam impactar na efetividade do diagnóstico laboratorial ou das vacinas contra a Covid-19.

Os passageiros desembarcaram na capital japonesa em 2 de janeiro após uma temporada no Amazonas. Eles desenvolveram sintomas leves e estão cumprindo quarentena em Tóquio.

Dos quatro viajantes, um homem de cerca de 40 anos teve problemas respiratórios, uma mulher na faixa de 30 anos relatou dor de cabeça e dor de garganta e um adolescente teve febre. A outra brasileira, uma adolescente, não apresentou sintomas.

O Ministério da Saúde informou, em nota, que tomou as devidas medidas de precaução, tais como comunicação de alerta para toda a rede Cievs (Centro de Informações Estratégicas e Resposta de Vigilância em Saúde) do país.

Solicitou ainda às autoridades japonesas informação sobre a nacionalidade dos viajantes e locais de deslocamento no Brasil para rastreamento de potenciais contatos; e orientação, por meio de nota técnica, do diagnóstico molecular de variantes do Sars-CoV-2 à rede de saúde.

O Instituto Evandro Chagas está preparado para o recebimento de amostras para sequenciamento da variante.

“A pasta recomenda que as autoridades estaduais, municipais e o Distrito Federal continuem a fortalecer as atividades de controle e investigação do coronavírus a fim de rastrear contatos em todos os casos da doença e a ampliar o sequenciamento de rotina do vírus para identificação, tão cedo quanto possível, de novas variantes em circulação no país. O Ministério da Saúde, em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/OMS), segue monitorando o caso”, disse em nota.

Após o crescimento no número de novos casos de coronavírus, o Japão declarou estado de emergência em Tóquio e cidades ao redor da capital na quinta-feira (7). O país já soma quase 290 mil casos de Covid-19, com 4.061 óbitos.

Muitas variantes do coronavírus surgiram desde o início da pandemia. Estudos sugerem que a mutante chamada B117, detectada no Reino Unido, é mais transmissível que as formas anteriores.

A variante levou mais de 40 países a bloquearem a entrada de viajantes do território britânico. O governo brasileiro proibiu temporariamente voos internacionais que tenham origem do país europeu.

Essa variante foi encontrada no Brasil em dezembro pelo laboratório Dasa em parceria com a USP (Universidade de São Paulo) a partir de sequenciamento genético.

Segundo o ECDC (European Centre for Disease Prevention and Control), estima-se que a nova linhagem tenha uma transmissibilidade até 70% superior ao que se tem como parâmetros atualmente. Mas não há indícios de que ela seja mais letal.

Outra variante, chamada de chamada de 501.V2 e detectada na África do Sul, é diferente da encontrada no Reino Unido. Entretanto, compartilham uma alteração comum, chamada N501Y na proteína spike. Isso é o que as tornaria mais infecciosas.

A variante sul-africana possui uma mutação a mais, chamada E484K. No Brasil, houve um caso de reinfecção com uma variante chamada B.1.1.248, que possui a mutação E484K, identificada inicialmente no país africano.


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