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Governo do RJ paralisa atividades dos únicos hospitais de campanha e transfere pacientes

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio informou que organização social (OS) decidiu não prestar mais serviços em unidades após contrato encerrar amanhã.

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES) decidiu interromper as atividades, nesta sexta-feira (17), dos dois únicos hospitais de campanhas para a Covid-19 abertos pelo governo do Estado. A SES decidiu transferir os pacientes internados em tratamento para o novo coronavírus para outras unidades de saúde de “forma preventiva”. As informações são da Agência Brasil.

De acordo com a SES, a medida foi tomada porque o contrato de prestação de serviço da organização social (OS) Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas) terminará neste sábado (18) e a OS teria informado no dia 14 de julho que não prestaria mais os serviços. Em nota, o Iabas diz que solicitou a rescisão do contrato, mas não pediu o fechamento dos hospitais. A OS afirma que não foi informada previamente da decisão da SES e acusa o governo do Rio de falta de  transparência na gestão.

A OS lembra que o governo do Estado já havia decretado intervenção nos hospitais de campanha. “Desde a intervenção decretada no dia 2 de junho, todas as ações relacionadas a esses hospitais passaram a ser determinadas pela Fundação Saúde, que, no entanto, seguiu utilizando a mão de obra e os fornecedores de serviços e insumos contratados pelo Iabas”.

A nota divulgada nesta sexta-feira pela SES diz que 26 pacientes que estavam internados no Hospital de Campanha do Maracanã e oito que estavam no de São Gonçalo serão transferidos para outras unidades. Ao todo, 23 desses pacientes estavam em unidades de terapia intensiva (UTIs). A secretaria nega que os hospitais estejam sendo fechados e diz que a Fundação Saúde, que é estadual, cederá profissionais para atuarem neles.

Contratos do Estado do Rio de Janeiro no contexto da pandemia de Covid-19 vêm sendo alvo de denúncias de irregularidades e corrupção desde maio. O ex-secretário estadual de Saúde Edmar Santos foi preso na semana passada, acusado de integrar uma organização criminosa que fraudou contratos de compra de respiradores pulmonares usados em pacientes com a doença.

Santos havia sido exonerado do cargo depois que o ex-subsecretário Gabriell Neves foi preso, em maio, sob suspeitas relacionadas a contratos como o que previa a construção de sete hospitais de campanha, dos quais apenas dois foram inaugurados. Os hospitais foram prometidos para o fim de abril, mas a unidade do Maracanã só ficou pronta em maio, e a de São Gonçalo, em junho.

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, também é investigado pela compra dos respiradores, mas no Superior Tribunal de Justiça (STJ), e a crise na saúde se tornou a principal fundamentação para o pedido de impeachment que tramita contra ele na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. No último dia 15, o governador usou sua conta no Twitter para negar participação no suposto esquema, diante de notícias de que Edmar Santos teria assinado um acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República.

“Com relação às informações divulgadas pela imprensa sobre um possível acordo de delação do ex-secretário de Saúde Edmar Santos com a PGR,  reafirmo, com serenidade e firmeza, o meu compromisso com a população do Rio de Janeiro de governar com ética e transparência”, escreveu o governador na rede social.


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