Amazonas
Para CPI da Pandemia, compra de ventiladores foi montada para favorecer empresa
Diante da atuação da PF, deputado afirmou que Comissão deve voltar suas atenções para outras possíveis irregularidades, como os pagamentos de hospital de campanha, contratos indenizatórios e o programa Anjos da Saúde
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Amazonas concluiu que a empresa Sonoar foi a principal beneficiária das irregularidades que envolveram a compra de 28 ventiladores mecânicos pela Secretaria de Estado de Saúde (Susam).
De acordo com o presidente da CPI, deputado Delegado Péricles, a Sonoar lucrou cerca de R$ 1,8 milhão ao comprar os equipamentos de seus fornecedores. No entanto, por não dispor de capital para efetuar o pagamento à vista, a FJAP, empresa do ramo de vinhos, entrou na negociação.
Ainda segundo o deputado, todos os orçamentos feitos tinham a intenção de “dar cobertura”, apresentando preços maiores, para legitimar a venda. “Eram quatro empresas, três empresas fizeram cobertura para a venda da FJAP para a Susam. Nenhuma delas tinha como atividade principal equipamentos hospitalares, participaram apenas para cobrir o preço da FJAP”.
Péricles afirmou, ainda, que a proprietária da Sonoar mantinha contato com a Susam desde 27 de março, interessada em vender os ventiladores mecânicos. “A Sonoar só não vendeu para o Estado porque não tinha dinheiro para comprar dos fornecedores, que pedem, na maioria, pagamento à vista. Aí que entra a loja de vinhos”, disse.
Na manhã de hoje (30), a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão e de prisão de pessoas ligadas ao governador Wilson Lima no caso da compra e venda de ventiladores. Os mandados de prisão temporária eram contra a secretária estadual de Saúde, Simone Papaiz, de outros nomes do segundo escalão da Susam e dos empresários da Sonoar e da FJAP.
O deputado afirmou que, com a investigação da Polícia Federal, a CPI deve voltar suas atenções para outras possíveis irregularidades no uso de verbas no combate à pandemia, como os pagamentos de hospital de campanha, contratos indenizatórios e o programa Anjos da Saúde.
A consultora de imagem do governador Wilson Lima, Carla Pollake, apontada pelo ex-secretário de Saúde Rodrigo Tobias como nome por trás do Anjos da Saúde – programa com orçamento de R$ 6 milhões – deve falar à CPI da Pandemia na manhã da próxima sexta-feira.
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