Amazonas
Governo federal conclui obra que conecta Amazônia ao Pacífico; rota começa em Manaus
No território brasileiro, a rota é toda hidroviária. O caminho sai de Manaus, capital amazonense, e segue pelo Rio Solimões até o município de Santo Antônio do Içá (AM).
Em meio à COP30, o governo brasileiro finalizou a rota que liga a maior floresta tropical do mundo, a Amazônia, a quatro portos localizados na costa do continente virada para o Oceano Pacífico. O caminho sai de Manaus, capital amazonense, vai pelo Rio Solimões até o município de Santo Antônio do Içá (AM), e segue em direção ao Oceano Pacífico. A expectativa do governo é de que a rota potencialize a exportação de máquinas, equipamentos e outros produtos industrializados da Zona Franca de Manaus para latinos e asiáticos.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, anunciou a conclusão da obra nesta quarta-feira (5/11), em entrevista à CNN.
A Rota Amazônica
No território brasileiro, a rota é toda hidroviária. O caminho sai de Manaus, capital amazonense, e segue pelo Rio Solimões até o município de Santo Antônio do Içá (AM). De lá, se divide em dois caminhos.
O primeiro caminho segue para Colômbia pelo Rio Putumayo até a cidade de Puerto Asis, onde uma rodovia leva até o Porto de Tumaco. Outro segue até Iquitos, no Peru, onde se divide em três rotas.
As três possibilidades são: seguir pelo Rio Napo até a cidade equatoriana de Francisco de Orellana, onde uma rodovia leva ao Porto de Manta; pegar o Rio Marañón até o município peruano de Yurimaguas, depois seguir pelo asfalto até o Porto de Paita; por fim, navegar pelo Rio Ucayali até a cidade peruana de Pucallpa, depois estrada até o Porto de Chancay.
Enquanto Tumaco é na Colômbia e Manta no Equador, tanto Paita e Chancay se localizam no Peru.
Obra iniciada em 2023
Os esforços junto aos governo de Peru, Equador e Colômbia para colocar de pé a rota — que conta com hidrovias e rodovias — se iniciaram em 2023 e foram concluídos agora em novembro. A última obra que faltava e foi finalizada era a dragagem do Alto Solimões, processo que torna o trecho do rio navegável.
“Mesmo ainda não inaugurada pelo governo federal, essa rota já está funcionando. Antes ela funcionava muito precariamente. É a rota mais sustentável [do plano de integração do governo] porque ela é toda fluvial, atravessa o Rio Solimões, o Rio Madeira, o Rio Amazonas”, disse Tebet.
O momento da conclusão, em meio à COP30, é considerado marcante pelo governo, visto que um dos principais benefícios da infraestrutura será escoar produtos de bioeconomia da floresta para diferentes regiões da América do Sul e especialmente para a Ásia, pela costa do Pacífico.
“Para garantir a floresta em pé é necessário dar meios de subsistência às pessoas amazônicas. A rota estimula que as cooperativas, que vão do pescado ao coco, do coco ao açaí, do açaí à borracha, possam ter maior competitividade. Essa rota tem um único objetivo: cortar caminho”, disse.
Além disso, a expectativa do governo é de que a rota potencialize a exportação de máquinas, equipamentos e outros produtos industrializados da Zona Franca de Manaus para latinos e asiáticos. Também se espera que os caminhos melhorem a logística para as importações.
Tebet ainda destaca o potencial da rota para impulsionar na região o fluxo de pessoas e o turismo ecológico, realizado com barcaças e navios de baixa emissão de carbono, por exemplo.
No primeiro semestre de 2025, as exportações que passaram por Tabatinga, município amazonense na tríplice fronteira com Colômbia e Peru, explodiram e animaram o governo federal. O salto de vendas aconteceu antes de serem concluídas intervenções relevantes para a rota, como a instalação de aduanas na fronteira e as dragagens no Solimões.
“Essa rota em 2024 teve fluxo comercial maior que o registrado nos sete anos anteriores somados. Quando olhamos para isso, vemos que, embora a rota ainda tenha um fluxo pequeno de mercadoria, houve um crescimento grande. Ela leva um potencial extraordinário para uma região muito empobrecida”, disse a ministra.
Dentre as cinco rotas que compõem o plano de integração sul-americana tocado pelo MPO (Ministério do Planejamento e Orçamento), comandado por Simone Tebet, esta é a mais sustentável: no território brasileiro é 100% hidroviário, considerado o modal de transporte pouco poluente.
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