Futuro do processo de impeachment de Wilson Lima depende do presidente da ALE, dizem deputados

O presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE), deputado Josué Neto (PRTB), tem em mãos o poder de fazer caminhar ou não o processo do pedido de impeachment contra o governador Wilson Lima (PSC) e vice-governador Carlos Almeida Filho (PTB). Procurado pela reportagem, há dias ele evita comentar sobre em que situação está o procedimento e o que pretende fazer.

O Tribunal de Justiça do Amazonas manteve a decisão do desembargador Wellington Araújo que suspendeu os efeitos de dispositivos do regimento interno da ASSEMBLEIA que definem crimes de responsabilidade e estabelecem normas de processo e julgamento.

A Procuradoria da ALE considera que o processo de impeachment pode continuar, porque não foi baseado no regimento interno da Casa, mas na Lei Federal do Impeachment (Lei nº 1.079/50).

O deputado Dermilson Chagas (Podemos) afirmou que para o impeachment andar na Assembleia basta Josué Neto convocar os líderes partidários para uma reunião. “Falta só ele pedir para os líderes do partido indicarem os nomes para formar a comissão especial do impeachment do governador. Só depende do presidente. Estamos cobrando e avisando que isso deve ser feito o mais rápido possível”, disse o deputado.

Para o deputado Wilker Barreto (Podemos), o processo de impeachment tem apoio da população e o presidente Josué deveria dar prosseguimento à instalação da comissão que dará parecer sobre o pedido. “Eu acredito que o presidente já possa retomar a composição da comissão de impeachment. É só fazer uma enquete com a população e ver que são a favor do afastamento”, disse.

O autor do pedido, o médico Mário Vianna afirmou que há fortes evidências para embasar o seguimento do impeachment. “Está cada vez mais claro o superfaturamento, a má gestão. Eu acho que o processo já deveria estar de fato em andamento”, afirmou.