Amazonas
Pesquisa investiga invertebrados aquáticos em áreas de altitude de São Gabriel da Cachoeira (AM)
As ações contemplaram a diversidade de insetos aquáticos e sua importância para os ecossistemas.

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) vai fazer um inventário dos invertebrados aquáticos em áreas de altitude da Amazônia. O projeto “AquaInvert-Amazônia”: integrando ciência e saberes locais para conhecer a biodiversidade de invertebrados aquáticos em áreas de altitude da Amazônia, tem como foco São Gabriel da Cachoeira, distante 852 quilômetros de Manaus.
Apoiado pela Iniciativa “Amazônia + 10” , o projeto envolve pesquisadores de cinco estado brasileiros e é coordenado pela pesquisadora do Inpa Neusa Hamada, líder do Laboratório de Citotaxonomia e Insetos Aquáticos, da Coordenação de Biodiversidade (Lacia/Cobio). O AquaInvert-Amazônia atua em áreas acima de 500 metros de altitude, locais considerados críticos pela ausência de informações científicas e de difícil acesso.
“O projeto vai realizar inventário da diversidade de invertebrados aquáticos em áreas de altitude da Amazônia e análise da relação deles com variáveis ambientais. Faremos ainda a projeção de cenários de distribuição e a realização de ações de educação e divulgação científica nas comunidades locais”, contou Hamada, que tem mais de 30 anos de contribuição à ciência e com longa trajetória junto com sua equipe na popularização da ciência.
Viagem a São Gabriel da Cachoeira
De 31 de maio a 07 de junho de 2025, uma equipe de pesquisadores realizou uma viagem ao município de São Gabriel da Cachoeira (AM), como parte das ações do projeto. A expedição teve como foco apresentar os objetivos da pesquisa para as comunidades indígenas da região da Serra Curicuriari (conhecida como Bela Adormecida) e da área do Morro dos Seis Lagos, além de promover oficinas e atividades educativas.
Durante a visita, foram desenvolvidas atividades lúdicas com crianças e membros das comunidades Curicuriari, São Jorge (Bela Adormecida) e Ya-Mirim (Morro dos Seis Lagos). As ações contemplaram a diversidade de insetos aquáticos e sua importância para os ecossistemas, despertando o interesse da população local pelo tema e promovendo o diálogo entre os conhecimentos científico e tradicional.
“A proposta foi submetida à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) para a obtenção da licença necessária à coleta biológica. Após essa etapa, a expedição à serra da Bela Adormecida será realizada com a colaboração de membros das comunidades indígenas São Jorge e Curicuriari”, disse Hamada.
De acordo com a pesquisadora, está em fase final de produção a tradução de um livro infantil sobre insetos aquáticos para as línguas Nheengatu e Tukano, em parceria com professores indígenas do município de São Gabriel da Cachoeira. O material será disponibilizado, em breve, na versão em PDF e depois na versão física do livro.
Apoios
O projeto é desenvolvido no âmbito da iniciativa “Amazônia + 10” e envolve pesquisadores dos cinco estados brasileiros. É financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico(CNPq), Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará (Fapespa), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Roraima (Faperr), Fundação de amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg).
A expedição para São Gabriel contou com o apoio do Exército Brasileiro, Comando Militar da Amazônia (CMM), incluindo a 2ª Brigada de Infantaria de Selva e o 5° Batalhão de Infantaria de Selva. Também auxiliaram nas atividades a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), a Coordenadoria das Associações Indigenas do Médio e Baixo Rio Negro (CAIMBRN) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
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