Japão e UE suspendem importações de carne de frango do Brasil após caso de gripe aviária

Nesta segunda-feira, 19, a Comissão Europeia informou que o Brasil não está mais autorizado a exportar carne de frango e produtos de carne para a União Europeia.

“As condições de importação da UE exigem que o país de exportação (Brasil) esteja livre de Gripe Aviária Altamente Patogênica”, disse um porta-voz da Comissão Europeia em um e-mail.

“As autoridades brasileiras não podem mais assinar esses certificados de saúde animal para exportação para a UE, e esses certificados não podem ser emitidos. Nenhum produto de carne de frango/carne pode ser exportado para a UE a partir de qualquer parte do território brasileiro”, acrescentou.

Já o Japão suspendeu as importações de carne de frango e ovos somente da cidade gaúcha de Montenegro, onde o caso de gripe aviária foi registrado, e de aves vivas do Rio Grande do Sul. O embargo foi informado em comunicado para imprensa do Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca do Japão (MAF). A medida vale desde sexta-feira, 16.

“A importação de aves vivas, carne de aves, ovos frescos com casca, entre outros, de países ou regiões afetados está suspensa para evitar que aves vivas mantidas no Japão sejam infectadas com o vírus, e não por razões de higiene alimentar”, esclareceu o comunicado da pasta.

Gripe aviária em granja comercial

O Brasil, maior exportador de carne de frango do mundo, confirmou seu primeiro foco de influenza aviária de alta patogenicidade (IAPP, H5N1) em uma granja comercial na última sexta-feira, 16, desencadeando protocolos para a suspensão comercial de produtos de todo o País por parte da China, maior comprador mundial, e restrições em todo o Estado gaúcho para outros grandes consumidores.

Além das suspensões regionais das compras pelo Japão, as exportações de frango e derivados de todo o território brasileiro estão suspensas para China, União Europeia, Canadá, África do Sul, Chile, Argentina, Uruguai, México e Coreia do Sul, conforme levantamento do Ministério da Agricultura.

Após confirmar o caso, o Ministério da Agricultura declarou emergência zoossanitária no município de Montenegro por 60 dias. O estado sanitário é válido para um raio de 10 km ao redor do foco detectado da doença. Outra portaria do ministério, de 4 de abril, estabelece o estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional por 180 dias em virtude da detecção do vírus em aves silvestres.

Em nota, a pasta ainda esclareceu que a doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves e ovos e informou que as medidas de contenção e erradicação do foco previstas no Plano Nacional de Contingência já foram iniciadas.