Brasil
No Norte, 72% avaliam que os eventos climáticos foram piores em 2024, diz pesquisa
Estudo do instituto Nexus indica que outros 22% acreditam que fenômenos como secas, inundações, tempestades e calor ou frio intensos foram ‘muito piores’ no ano passado.

Queimada e desmatamento em floresta na Amazônia. (Foto: Andre Penner_AP)
Sete em cada dez (72%) moradores da região Norte do Brasil avaliam que os eventos climáticos extremos foram piores em 2024. É o que mostra a pesquisa “A visão do Norte sobre mudanças climáticas”, divulgada pelo instituto de pesquisa Nexus nesta quinta-feira. Para outros 22%, fenômenos como secas, inundações, tempestades e calor ou frio intensos foram “muito piores” no ano passado.
Já apenas 19% consideram os eventos de 2024 iguais aos anteriores, 4% melhor que o normal, 2% muito melhor que o normal e 3% não souberam ou não responderam.
O estudo aponta que a percepção de que foi “muito pior” em 2024 é mais recorrente entre os moradores de regiões metropolitanas (34%), os que tem renda familiar cima de cinco salários-mínimos (35%) e os com ensino superior (31%).
Entre as mudanças notadas, 91% citaram aumento de temperatura, 76% menos chuva e 78% secas mais graves. A percepção da diminuição de chuvas chega a 81% entre os moradores de regiões metropolitanas. Já as secas mais severas alcançam 84% entre quem mora no interior.
“O Norte é a região que abriga grande parte da Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, relevante não só para o Brasil, mas pela importância mundial nas questões climáticas. Os dados da pesquisa mostram uma percepção quase unânime da população dos 7 estados de como tem sentido na pele os efeitos das mudanças climáticas, especialmente as altas temperaturas e secas”, afirma Marcelo Tokarski, CEO da Nexus. — Também fica muito clara a preocupação das pessoas com o futuro. Isso é ainda mais intenso entre os jovens.
A pesquisa também mostra que pouco mais da metade (51%) da população do Norte acredita que as mudanças climáticas são um grande problema, mas não uma crise, enquanto outros 27% consideram uma crise; 10% um problema menor; 6% nenhum problema e outros 5% não souberam ou não responderam.
Em relação aos próximos cinco anos, 65% acham que os eventos climáticos serão mais fortes. Para 12% serão “extremamente mais fortes”. Outros 53% avaliam que serão “muito mais fortes”; 18% pensam que serão moderados, 6% menos fortes, 2% muito menos fortes e 9% não souberam ou não responderam.
Pessoas com ensino superior (27%), renda acima de 5 salários mínimos (28%) e moradores da região metropolitana (26%) são os que mais acreditam na intensidade extrema das mudanças climáticas no futuro.
Segundo o estudo, o entendimento de que o estado onde mora está passando por mudanças climáticas é quase unanimidade (96%). Apenas 3% negam esse cenário e 1% não soube ou não respondeu.
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