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Amazonas

Transparência: Wilson Lima segurou investimentos na Saúde em 2019, mesmo com arrecadação recorde de impostos

Descontada a inflação oficial do ano passado, de 4,31%, os investimentos na saúde praticamente pararam no governo Wilson Lima, mesmo com o aumento de mais de R$ 1,5 bilhão na arrecadação.

Os gastos da gestão do governador Wilson Lima (PSC) na Função Saúde não acompanharam o índice de crescimento da arrecadação recorde do Estado em 2019. A receita líquida do Poder Executivo aumentou 10,62% e os pagamentos na área de saúde cresceram apenas 5,39%, na comparação com 2018.

Números do orçamento da Saúde de 2018 (Portal da Transparência)

Números do orçamento da Saúde de 2019 (Portal da Transparência)

Arrecadação do Estado em 2019 (Portal da Transparência)

Arrecadação do Estado em 2018 (Portal da Transparência)

Os dados tomam como base os números de 2019 publicados pela Secretaria de Fazenda (Sefaz), no Portal da Transparência do Estado.

No primeiro ano da administração de Wilson Lima o Poder Executivo teve arrecadação líquida de R$ 19,8 bilhões (R$ 19.811.716.476,12), contra R$ 17,9 bilhões de 2018 (R$ 17.900.167.459,20). Foi a maior arrecadação da história do Estado.

Os pagamentos efetuados na Função Saúde, segundo o Portal da Transparência, somaram R$ 2,77 bilhões em 2019, contra R$ 2,63 bilhões em 2018.

Descontada a inflação oficial do País de 2019, de 4,31%, o índice real de crescimento da arrecadação foi de 6,36%, contra o aumento de apenas 1,08% nos gastos com saúde. O aumento da arrecadação no Amazonas foi 5,8 vezes, ou 580% maior do que o índice do crescimento dos gastos com a saúde no primeiro ano da atual gestão.

Os números podem explicar parte da crise na saúde do Amazonas. No ano passado, hospitais públicos de todo o Estado sofreram com falta de infraestrutura, material e de pessoal. Este ano, a crise se mostrou ainda maior, com a incapacidade do governo de enfrentar e diminuir as consequências negativas da pandemia de coronavírus no Estado.

Os dados são indicativo de que a falta de mais investimentos na Saúde, no primeiro ano de Wilson Lima, tiveram reflexos negativos na infraestrutura hospitalar.

Em seu primeiro ano, a gestão de Wilson Lima apresentou índice de pagamentos com a saúde, com relação à arrecadação, menor do que o seu antecessor, Amazonino Mendes (Podemos). Mesmo com uma arrecadação 10,62% maior, Lima pagou 13,92% da arrecadação com custos da Saúde, contra 14,61% de Amazonino, segundo os números consolidados da Sefaz, no Portal da Transparência do Estado.

O atual governador, no ano passado, administrou uma arrecadação de R$ 19,93 bilhões e pagou R$ 2,77 bilhões na rubrica Saúde. Com relação a 2018, Wilson Lima só aumentou em pouco mais R$ 142 milhões os gastos em saúde em 2019. Com uma arrecadação menor, de R$ 18,01 bilhões, Amazonino pagou R$ 2,63 bilhões em 2018, cerca de R$ 280 milhões a mais que em 2017 (R$ 2,35 bilhões).

Descontada a inflação oficial do ano passado, de 4,31%, os investimentos na saúde praticamente pararam em 2019, mesmo com o aumento de mais de R$ 1,5 bilhão na arrecadação.

De acordo com os números no site da Sefaz, a gestão Wilson Lima investiu 24 vezes menos que o seu antecessor, em Planejamento e Orçamento, uma subfunção orçamentária na Saúde. Em 2018, foram pagos R$ 464,5 mil, contra R$ 19,13 mil em 2019. Em 2020, não há registro no Portal da Transparência de quaisquer gastos em Planejamento e Orçamento.

Em assistência hospitalar, foram pagos R$ 1,28 bilhão em 2018, contra R$ 1,32 bilhão em 2019, uma diferença de apenas 3,12%, abaixo do índice inflacionário do período.

Em vigilância sanitária, o atual governador também pagou menos em 2019 – apenas 43,5% do que foi pago no ano anterior. E aumentou em apenas 3,2% os pagamentos com vigilância epidemiológica, bem abaixo do índice inflacionário.

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