Amazonas
Greenpeace informa que flagrou 130 balsas no Rio Madeira e aponta volta da atividade garimpeira ‘descontrolada’ na região
O monitoramento, realizado entre 10 e 22 de janeiro, registrou 12 alertas distintos no Rio Madeira, na altura entre os municípios de Novo Aripuaña e Humaíta, no Amazonas.
O Greenpeace localizou, por meio de imagens de satélite, 130 balsas no Rio Madeira, em janeiro. A Organização Não-Governamental (ONG) aponta que a atividade garimpeira “permanece ativa e descontrolada” na bacia de mais de 3 mil quilômetros, que liga os estados de Rondônia e do Amazonas, cinco meses após o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Polícia Federal (PF) destruírem 450 balsas de garimpo na região.
O Greenpeace Brasil afirmou que “há mais de 40 anos, o Madeira enfrenta uma epidemia de exploração ilegal de ouro, impulsionada por garimpos embarcados que dragam sedimentos de fundo do rio com maquinário pesado, destruindo o leito, contaminando as águas com mercúrio e impactando gravemente as comunidades ribeirinhas”.
O monitoramento, realizado entre 10 e 22 de janeiro, registrou 12 alertas distintos no Rio Madeira, na altura entre os municípios de Novo Aripuaña e Humaíta, no Amazonas. Desse total, sete deles correspondiam a balsas agregadas em operação, enquanto os outros cinco referiam-se a balsas em deslocamento rumo à áreas de garimpo ou ali ancoradas.
Jorge Eduardo Dantas, porta-voz da Frente de Povos Indígenas do Greenpeace Brasil, disse que a destruição causada pelo garimpo é sustentada por uma cadeia criminosa que opera com total impunidade. “É urgente que o governo brasileiro adote políticas integradas que unam tecnologia, fiscalização eficiente e alternativas econômicas sustentáveis para proteger nossos rios e populações”, apontou.
O Greenpeace aponta que a Amazônia, 94% do garimpo ocorre em áreas protegidas, como Terras Indígenas e Unidades de Conservação. A ONG afirma que “vem pedindo às autoridades que se declare a Amazônia uma área livre” desta prática criminosa.
Integrantes das facções Comando Vermelho e PCC disputam com milícias paramilitares o controle das principais rotas nos rios amazônicos para garimpo, transporte de drogas e armas para outras regiões do Brasil e o exterior. Entre as rotas nos dez rios mais usados, a mais buscada é a que começa no Rio Solimões, no Amazonas, e vai até Barcarena (PA), onde está o grande porto brasileiro mais próximo dos Estados Unidos e da Europa.
Pesquisador da Universidade Federal do Amazonas, Fábio Candotti defende que as autoridades encontrem modelos sociais nos quais a droga, o garimpo e a pesca ilegal não sejam tão importantes.”Além disso, investir recurso federal em uma segurança pública alvo de investigações por envolvimento com narcotráfico e garimpo é algo, no mínimo, muito pouco esperto”, disse ele no ano passado ao jornal O Globo.
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