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Brasil critica ‘escalada retórica’ e ‘ataques pessoais’ do Governo da Venezuela

“O governo brasileiro constata com surpresa o tom ofensivo adotado por manifestações de autoridades venezuelanas em relação ao Brasil e aos seus símbolos nacionais”, disse o comunicado

Foto: Ricardo Stuckert /PR

Alguns dias depois de silêncio em relação aos ataques feitos pela Venezuela, o governo brasileiro decidiu reagir. Numa nota emitida nesta sexta-feira (1º), o Itamaraty se diz surpreso diante do tom usado pelo governo de Nicolás Maduro contra o Brasil. Mas não retruca e não dá explicações sobre o motivo pelo qual vetou a participação da Venezuela no Brics.

“O governo brasileiro constata com surpresa o tom ofensivo adotado por manifestações de autoridades venezuelanas em relação ao Brasil e aos seus símbolos nacionais”, disse o comunicado.

“A opção por ataques pessoais e escaladas retóricas, em substituição aos canais políticos e diplomáticos, não corresponde à forma respeitosa com que o governo brasileiro trata a Venezuela e o seu povo”, afirmou.

Inicialmente, a decisão do governo Lula era de que não haveria uma reação, justamente para não aprofundar uma crise que já ganhou proporções inesperadas. Mas, diante dos ataques pessoas, a opção foi por emitir a nota como maneira de se posicionar, rejeitar o caminho adotado por Caracas e mandar um recado de que o Brasil continua com a intenção de dialogar.

“O Brasil sempre teve muito apreço ao princípio da não intervenção e respeita plenamente a soberania de cada país e, em especial, a de seus vizinhos”, disse a nota.

Segundo o Itamaraty, o “interesse do governo brasileiro sobre o processo eleitoral venezuelano decorre, entre outros fatores, da condição de testemunha dos Acordos de Barbados, para o qual foi convidado, assim como para o acompanhamento do pleito de 28 de julho”.

Para completar, o governo afirma que “segue convicto de que parcerias devem ser baseadas no diálogo franco, no respeito às diferenças e no entendimento mútuo”.

Nesta semana, o governo de Maduro ampliou a crise diplomática com o Brasil, após o governo de Luiz Inácio Lula da Silva ter vetado a entrada do país vizinho no Brics.

Depois de vários ataques verbais contra o Brasil, Caracas anunciou que convocou seu embaixador em Brasília, Manuel Vadell, de volta para a capital para “consultas”. Na prática diplomática, o gesto mostra repúdio a outro governo e é um primeiro passo para uma eventual retirada completa da representação no país.

As informações são da UOL.


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