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Brasil

Após tragédias climáticas em série, preocupação ambiental no Brasil cresce e é a maior entre 29 países, aponta Ipsos

Taxas dos que citam questões relativas à area como um dos temas mais urgentes atingiram máxima histórica em outubro

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Nova edição da pesquisa “What Worries the World” do instituto Ipsos mostra que a preocupação dos brasileiros com questões ambientais e climáticas atingiu um pico neste mês. O Brasil agora se destaca no ranking de 29 países que integram o levantamento como aquele que mais manifesta apreensão com as ameaças ao meio ambiente, com o dobro das menções a esse tema que são feitas pelas populações de Japão e Holanda, que aparecem juntos na segunda posição.

São 23% dos brasileiros os que incluem essa questão entre as três mais urgentes no país, taxa seis pontos percentuais acima da que havia sido registrada em setembro. Também avançou na mesma medida o percentual de pessoas que veem as mudanças climáticas como uma de suas principais preocupações (21%). Esta é a primeira vez que as taxas de menções a essas pautas ultrapassam a barreira dos 20% desde o início da série histórica do levantamento, em 2013.

De acordo com o CEO do instituto, Marcos Calliari, a atenção dos brasileiros a esses temas começou a escalar diante das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul no primeiro semestre, manteve-se alta por causa do fogo no pantanal e agora ganhou novo fôlego por conta do temporal que provocou um apagão de uma semana em São Paulo, neste mês.

apos-tragedias-climaticas-em-sA preocupação número um dos brasileiros ainda é o crime e a violência, tema citado por 41% dos participantes da pesquisa, seguido pela saúde pública (39%).

— A manutenção da violência no primeiro lugar é esperada. A questão foi uma das pautas mais usadas pelos candidatos nos pleitos eleitorais municipais. Além disso, os aumentos expressivos das taxas de feminicídios seguem sendo pautas frequentes na mídia, expondo ainda mais este problema para a sociedade — avalia Calliari.

A questão da pobreza e desigualdade social fecha o pódio de temas que tiram o sono dos brasileiros, mas agora em menor medida: passou de 38% para 31% os que relatam inquietação com esse tema, a menor taxa desde 2021.

A maioria das pessoas (58%) avalia que o país está na “direção errada”, enquanto 42% acham que o Brasil está no rumo certo. As taxas permaneceram estáveis em relação ao mês passado, mas se mantêm num patamar elevado. A última vez que o governo Lula 3 viu o percentual de brasileiros satisfeitos superar o de insatisfeitos foi em março.

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Ainda assim, os brasileiros manifestam avaliações mais positivas sobre o rumo do próprio país do que a média global. Mundialmente, considerando as 29 nações pesquisadas, 61% acham que seus países estão dando marcha a ré, e 39% concordam com a direção seguida.

A pesquisa foi realizada por meio de um painel on-line aplicado a 24.992 pessoas de 29 países, no período de 20 de setembro a 4 de outubro. No Brasil, foram cerca de mil respondentes entre 16 e 74 anos. O Ipsos pondera que, no país, a amostra não corresponde necessariamente a um retrato da população geral, mas sim a uma parcela “mais conectada” dos brasileiros: mais concentrada em centros urbanos, com maior poder aquisitivo e nível educacional mais elevado que a média nacional. A margem de erro é estimada em 3,5 pontos percentuais para mais ou menos.


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