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Brasil

Relatório do Ministério da Saúde aponta que 99,98% dos casos de malária no Brasil ocorrem na Amazônia

A doença tem sido reduzida ao longo dos anos, mas diversos municípios da região amazônica ainda apresentam alta taxa de transmissão

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No início deste mês, o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, divulgou um Boletim Epidemiológico com dados sobre a malária em áreas específicas da região amazônica. De acordo com o documento, a doença é causada por protozoários do gênero Plasmodium.

Em 2022, foram notificados mais de 249 milhões de casos de malária e 608 mil óbitos em todo o mundo. No Brasil, 99,98% dos casos estão concentrados na região amazônica, o que torna o território endêmico. Segundo o Ministério, a transmissão da malária é influenciada por diversos fatores, como condições climáticas, atividades humanas e a estruturação dos serviços de Saúde, o que contribui para a alta incidência da doença na Amazônia.

Panorama geral

Entre 2013 e 2016, houve uma redução no número de casos de malária na região amazônica. No entanto, em 2017, os casos aumentaram, de aproximadamente 70 mil para pouco mais de 189 mil. A partir de 2018, os casos voltaram a diminuir até 2022, quando foram registrados 128.600 casos. Em 2023, no entanto, houve um aumento de 8,8%, totalizando 139.884 registros.

De acordo com o estudo, no último ano, dos 139.884 casos registrados na região amazônica, 55.974 (40%) ocorreram em áreas indígenas; 46.725 (33,4%) em áreas rurais; 20.365 (14,6%) em áreas de garimpo; 9.155 (6,5%) em áreas urbanas; e 6.811 (4,9%) em assentamentos. Os estados com maior número de transmissões foram Amazonas (41,9%), Roraima (24,6%) e Pará (17%).

Nas áreas de garimpo, a quantidade de infecção aumentou significativamente após 2019, passando de 7.811 para 22.878 notificações, um aumento de 192,9%. Em 2023, houve uma redução de 11% nesses territórios.

Em 2017, nas áreas urbanas, rurais e de assentamentos, houve um acréscimo de 68,3% em relação ao ano anterior, totalizando 111.648 ocorrências. Nas áreas de assentamentos, o aumento foi de 41%. Apesar desses aumentos, o boletim revela que, nos últimos dez anos, houve uma redução de 70,1% nas áreas urbanas, 44,9% nas áreas rurais e 22,5% nos assentamentos.

Com relação aos povos indígenas, em 2023, o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami registrou um aumento de 99,2% nos casos de malária em comparação com 2022. Esse aumento ocorreu, principalmente, em distritos como o sudoeste do Pará, DSEI Rio Tapajós, Vale do Javari, Parintins, Cuiabá, Amapá, Norte do Pará, Kayapó do Mato Grosso e Manaus.

Perfil dos casos

Crianças de até 9 anos foram as mais afetadas, com mais de 32 mil casos registrados no último ano. De modo geral, a maioria das notificações ocorreu entre pessoas do sexo masculino (84.283), sendo a maior parte delas autodeclarada parda (69.132).

Nas áreas rurais e de garimpo, o perfil dos infectados apresenta variações. Nas áreas rurais, a maioria dos casos ocorreu em homens de 20 a 29 anos (6.107; 20,9%) e em mulheres de 10 a 19 anos (3.997; 29,4%). Nos garimpos, 73,5% dos casos (14.970) ocorreram em homens, cerca de três vezes mais do que em mulheres (5.395), sendo a faixa etária mais afetada a de 20 a 29 anos (6.517; 32,0%) em ambos os sexos.


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