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Brasil

Queimadas: Amazonas e Amazônia têm o pior agosto, apontam dados do Inpe

Satélites detectaram 38.266 focos de incêndio na amazônia em agosto — mais que o dobro do ano anterior e o maior número para o mês desde 2010.

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O Amazonas tem o pior agosto em relação a queimadas dos últimos 26 anos, de acordo com dados do programa BD Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que e levam em consideração o monitoramento feito desde 1998, quando o órgão começou a série histórica.

Segundo o Inpe, de 1º a 31 de agosto, o Amazonas registrou 10.328 queimadas, o maior índice desde 1998, quando o instituto começou a monitorar os focos de calor na região. Até então, o recorde era de agosto de 2021, quando o estado havia registrado 8,5 mil focos de calor.

O número de queimadas em agosto deste ano é quase o dobro do registrado em agosto do ano passado: 5.474. O problema que já era grave em 2023, está pior este ano.

Em julho, o estado também já havia registrado o pior índice da história para o mês.

Amazônia

O número de focos de incêndio na Amazônia no mês de agosto atingiu o maior nível desde 2010, segundo o Inpe. Neste ano, o bioma enfrenta mais uma seca recorde, após uma estiagem que mudou a paisagem de alguns dos principais rios da região em 2023.

Satélites detectaram 38.266 focos de incêndio na amazônia em agosto — mais que o dobro do ano anterior e o maior número para o mês desde 2010.

A imagem mostra um incêndio florestal intenso, com chamas altas e laranja se espalhando por uma área de vegetação. Dois brigadistas estão visíveis em primeiro plano, um deles usando um capacete e o outro com um chapéu, ambos observando as chamas. Ao fundo, uma árvore solitária se destaca contra o fogo.
Brigadistas lutam contra o fogo no município de Apuí (AM) – Adriano Machado – 8.ago.2024/Reuters
Em julho, os focos de incêndio na região haviam atingido o maior nível em duas décadas. No acumulado do ano, já são mais de 63 mil focos na amazônia brasileira.

As chuvas do ano passado chegaram tarde e foram mais fracas do que o normal, influenciadas pelo fenômeno climático El Niño potencializado pelas mudanças climáticas. O cenário deixou a região especialmente vulnerável aos incêndios, que não ocorrem naturalmente em florestas tropicais.

Incêndios no bioma naturalmente úmido geralmente começam em fazendas, onde o fogo é usado no processo de desmatamento e conversão de áreas em pastos para criação de gado.

O ar mais quente e a vegetação mais seca criaram condições para as chamas se espalharem mais rapidamente, além de queimarem mais intensamente e por mais tempo. Os altos índices de desmate também reduziram a capacidade da floresta de produzir chuva e umidade.

Helga Correa, especialista em conservação do WWF-Brasil, disse em uma avaliação inicial dos dados de agosto que os incêndios foram causados por uma combinação de El Niño intenso, mudanças climáticas e ações humanas.

“A região onde se concentra a fumaça que detectamos em agosto coincide com o chamado Arco do Desmatamento, que inclui o norte de Rondônia, o sul do Amazonas e o sudoeste do Pará”, afirmou.

“Isso indica que, além das mudanças climáticas e do El Niño, as mudanças de uso da terra produzidas pelo ser humano têm um papel central no aumento das queimadas”, explica.


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