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Brasil

PF abre mais de 30 investigações para apurar focos de incêndios no país, a maioria na Amazônia

O governo federal também acionou a PF para investigar a possível origem criminosa das queimadas que se espalharam pelo estado de São Paulo nesta semana.

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Após pedido do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Polícia Federal (PF) informou que vai abrir inquéritos para apurar as circunstâncias dos focos de incêndio no país. A informação foi dada neste domingo à tarde pela própria PF e pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em reunião em Brasília. Ela acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em reunião no Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (PrevFogo), local onde são monitorados os focos de queimadas no país.

A ministra informou ainda que há mais de 30 investigações da PF no país para apurar as queimadas. A maior concentração dessas investigações está na Amazônia e Pantanal. “Já temos a abertura de 31 inquéritos entre Amazônia e Pantanal e dois, agora, no estado de São Paulo”, disse.

O governo federal acionou a PF para investigar a possível origem criminosa das queimadas que se espalharam pelo estado de São Paulo nesta semana.

A ministra disse que o governo trabalha com a suspeita de uma ação criminosa similar ao “dia do fogo”, numa referência ao 10 de agosto de 2019, quando uma ação orquestrada de criminosos ateou fogo em mais de 470 propriedades rurais. “Há uma forte suspeita de que está acontecendo de novo”, afirmou.

“Nesse momento é uma verdadeira guerra contra o fogo e a criminalidade”, disse a ministra. “Tem uma situação atípica. Você começa a ter em uma semana, praticamente em dois dias, vários municípios queimando ao mesmo tempo. Isso não faz parte de nossa experiência de combate ao fogo.”

O presidente Lula assegurou recursos e ações do governo federal para debelar as chamas, que disse serem difíceis de apagar. “A gente acaba de apagar o fogo você vira as costas e ele acende outra vez”.

Também compareceram ao local o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, e o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues. Todos permaneceram cerca de uma hora na sala de situação, onde é possível acompanhar em tempo real os focos de incêndio em diferentes regiões do país, via imagens de satélite.

“Em São Paulo, não é natural, em hipótese alguma, que em dois dias tenha diversas frentes de incêndio envolvendo concomitantemente vários municípios”, reiterou Marina sobre as suspeitas de ação criminosa. “É preciso parar de atear fogo”, apelou. “O fogo não é estadual nem municipal, é um fogo que prejudica o Brasil.”

A ministra avalia que a situação poderia ser muito pior se o governo federal não tivesse se preparado desde o início do mandato de Lula para um possível aumento nas queimadas. Ela afirmou que “não é verdade que haja falha do governo federal”.

Marina mencionou o envio da aeronave KC-390, da Força Aérea Brasileira (FAB) para auxiliar no rescaldo das chamas, mas relatou que o avião ainda não pode atuar por questões de segurança, devido à grande quantidade de fumaça.

O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, disse ao GLOBO que pediu à Polícia Federal (PF) que investigue os focos de incêndio que assolam parte do país. Segundo ele, quase todas as queimadas, com poucas exceções, são criminosas, inclusive em SP.

— Não temos incêndio espontâneo e são raros os casos de acidente, como um caminhão que pegou fogo, ou uma queda de um cabo de alta tensão. Em São Paulo, há uma desconfiança de que tudo foi organizado, pois os focos aconteceram praticamente no mesmo horário — afirmou Agostinho.

O diretor-geral da PF confirmou que a corporação irá atuar e citou frentes já abertas de investigação.

— É um movimento de fato atípico. São duas investigações em São Paulo que apuram incêndios criminosos que afetam áreas de interesse da União, os aeroportos.


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