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Amazonas registra o maior número de casos de de febre do Oropouche do País, aponta Ministério da Saúde

Saúde investiga oito casos de transmissão vertical de Oropouche em Pernambuco, na Bahia e no Acre.

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O Ministério da Saúde (MS) informou nesta terça-feira (13/08) que, até 6 de agosto, foram registrados 7.497 casos de febre do Oropouche em 23 estados brasileiros e que a maior parte foi identificada no Amazonas e em Rondônia. Até o momento, duas mortes foram confirmadas na Bahia e um óbito em Santa Catarina está em investigação.

O MS investiga pelo menos oito casos de transmissão vertical da febre do Oropouche. Nesses casos, a infecção é passada da mãe para o bebê, durante a gestação ou mesmo no parto.

Os casos em investigação foram registrados em Pernambuco, na Bahia e no Acre. Segundo a pasta, metade dos bebês nasceu com anomalias congênitas, como microcefalia, enquanto a outra metade morreu.

Nesta segunda-feira (12), a Secretaria de Saúde do Ceará informou que investiga um óbito fetal que pode estar associado à infecção por febre do Oropouche. A secretária de Saúde do estado, Tânia Coelho, disse que o óbito foi registrado no último fim de semana.

A gestante, segundo a secretária, tem 40 anos de idade, é residente de Baturité, mas foi atendida no município de Capistrano. Tânia Coelho explicou que 60% das doenças infecciosas registradas em humanos são causadas por animais, incluindo o mosquito, e destacou a importância de um plano de ação.

Na quinta-feira (8), o ministério registrou, no Acre, um caso de bebê nascido com anomalias congênitas associadas à transmissão vertical de febre do Oropouche. Em nota, a pasta informou que o recém-nascido morreu na semana anterior, aos 47 dias de vida.

A mãe da criança, de 33 anos de idade, havia apresentado erupções cutâneas e febre no segundo mês de gravidez. Exames laboratoriais feitos no pós-parto acusaram resultado positivo para o vírus Oropouche.

“Exames realizados nos laboratórios do Instituto Evandro Chagas, em Belém, apontaram a existência de material genético do vírus em diferentes tecidos do bebê, que nasceu com microcefalia, malformação das articulações e outras anomalias congênitas. A análise também descartou outras hipóteses diagnósticas”, informou o ministério no comunicado.

A correlação direta da contaminação vertical por febre do Oropouche com as anomalias, segundo a pasta, ainda precisa de “investigação mais aprofundada”, que vem sendo acompanhada pelo governo federal e pela Secretaria de Saúde do Acre.

A febre do Oropouche é uma doença transmitida pelo Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. Por causa da predileção do mosquito por materiais orgânicos, a recomendação é que a população mantenha os quintais limpos, evitando o acúmulo de folhas e lixo orgânico doméstico, além de usar roupas compridas e sapatos fechados em locais com muitos insetos.

O mosquito é 20 vezes menor que o Aedes aegypti. A arbovirose apresenta sintomas como dor de cabeça, muscular, nas articulações, entre outros. (Leia mais abaixo)

A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas informou o surto foi reconhecido com base nas orientações fornecidas pelo “Guia para Investigações de Surtos ou Epidemias”, do Ministério da Saúde.

A Fundação disse, ainda, que um surto de uma doença ou um evento incomum em saúde pública é caracterizado pelo aumento no número de casos além do esperado, como tem acontecido com a Febre do Oropouche no Amazonas.

Em situação de surto, o aumento repentino de casos leva em conta a ocorrência da doença em uma área específica durante um determinado período de tempo.

Segundo o Ministério da Saúde, os sintomas da doença são parecidos com os da dengue e da chikungunya:

dor de cabeça,
dor muscular,
dor nas articulações,
náusea
e diarreia.

Embora a Febre do Oropouche possa causar complicações sérias, como meningite ou encefalite, que afetam o sistema nervoso central, esses casos são raros. A doença não possui tratamento específico.

A identificação dos casos confirmados da arbovirose é feita a partir de investigação dos descartados de dengue. A confirmação ocorre por critério laboratorial ou clínico-epidemiológicos.

As medidas de prevenção contra a Febre do Oropouche envolvem evitar a picada do mosquito infectado.

O órgão recomenda que ao adentrar em locais de mata e beira de rios, a população deve fazer uso de repelentes e roupas compridas, além de usar cortina e mosquiteiros em áreas rural e silvestre.


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