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“Nem-nem”: 1 em cada 5 jovens nem estuda, nem trabalha; mostra pesquisa da OIT
No Brasil, os “nem-nem” eram 20,6% em 2023. Comparativamente, eram 16,1% na Argentina, 12,9% na China, 12,2% na Rússia, 25,9% na Índia e 31,7% na África do Sul.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou nesse domingo (11) o estudo “Tendências Globais de Emprego Juvenil 2024”, que aponta que a parcela de jovens que não estão envolvidos nem no mercado de trabalho nem em atividades educacionais ou de treinamento no mundo foi de 20,4% em 2023. Essa categoria de jovens, conhecida como “nem-nem” (NEET na sigla em inglês), reflete a crescente preocupação com a insegurança laboral entre a juventude, mesmo em um cenário de queda do desemprego juvenil a nível global.
No Brasil, os “nem-nem” eram 20,6% em 2023. Comparativamente, eram 16,1% na Argentina, 12,9% na China, 12,2% na Rússia, 25,9% na Índia e 31,7% na África do Sul.
Panorama do emprego juvenil melhora
De acordo com o relatório da OIT, o mercado de trabalho para os jovens mostrou sinais de melhora nos últimos quatro anos, com expectativa de crescimento contínuo até 2025. Em 2023, a taxa global de desemprego juvenil ficou em 13%, correspondendo a 64,9 milhões de jovens – o menor índice em 15 anos. A previsão é que essa taxa reduza para 12,8% até o final de 2025.
Contudo, as realidades regionais variam. Nas regiões dos Estados Árabes, Ásia Oriental e Pacífico, as taxas de desemprego juvenil em 2023 superaram as de 2019. O relatório também sublinha o desafio enfrentado por jovens de 15 a 24 anos que estão fora do mercado de trabalho e de programas educacionais.
Desafios no acesso a empregos decentes
Em 2023, um em cada cinco jovens no mundo estava na categoria “nem-nem”, sendo que dois terços deles são mulheres. A pesquisa indica que as oportunidades de emprego decente continuam escassas em economias emergentes e em desenvolvimento.
Mais da metade dos jovens empregados ocupam postos informais. Apenas em economias de renda alta e média-alta, a maioria dos jovens possui empregos permanentes e seguros. Além disso, três em cada quatro jovens trabalhadores em países de baixa renda só conseguem trabalho autônomo ou temporário.
Insegurança e preocupações com o futuro
O relatório alerta que a insuficiência de empregos decentes está gerando uma crescente ansiedade entre os jovens, que formam a geração mais instruída da história. O diretor-geral da OIT, Gilbert F. Houngbo, declarou que “não podemos esperar um futuro estável quando milhões de jovens em todo o mundo não têm acesso a trabalho decente, resultando em uma sensação de insegurança e incapacidade de construir uma vida melhor para si e suas famílias.”
Houngbo destacou que sociedades pacíficas dependem de estabilidade, inclusão e justiça social, com o trabalho decente para os jovens sendo central para todos esses aspectos.
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