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Órgão eleitoral diz que Maduro venceu; oposição e líderes internacionais contestam

Conselho Eleitoral é alinhado ao atual presidente; Maduro teve 51,2% dos votos e González, 44,2%

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro(Foto: Yuri Cortez/ AFP)

Com 80% do votos apurados, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) apontou a reeleição do atual presidente, Nicolás Maduro. Ele teve apoio de 51,2% dos eleitores que compareceram às urnas — foram 5.150.092 votos –, segundo o órgão eleitoral, que é alinhado ao presidente. O principal opositor na disputa, Edmundo González, teve 44,2% — 4.445.978 votos.

Maduro foi reconduzido para um novo mandato de seis anos — de janeiro de 2025 a janeiro de 2031.

Houve comemoração na sede da campanha de Maduro em Caracas após o anúncio do resultado. O presidente reeleito abraçou apoiadores ao som da música que dizia que ele era o “coração do povo”.

A vitória de Maduro acontece em meio um cenário de críticas à condução da Venezuela, sendo que por muitas vezes países e organizações questionam o cumprimento dos processos democráticos.

O triunfo de Maduro representa a continuidade do chavismo no poder, que chegou em 1999 pelas mãos de Hugo Chávez. Em 2013, após a morte de Chávez, Maduro assumiu uma posição da qual não saiu desde então.

O grupo de oposição que se uniu contra a candidatura do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que houve fraude no pleito em que ele foi reeleito para um terceiro mandato.

A oposição, porém, diz que a vitória foi de González por cerca de 70% dos votos. O número foi baseada nas atas dos centros de votação e anunciado por María Corina Machado, que seria candidata a presidente, mas foi impedida de disputar pela Justiça da Venezuela, também alinhada a Maduro.

No discurso após o anúncio do CNE, foi Corina quem mais falou. Ela disse que, nos próximos dias, vão “continuar denunciando”. “Nós vamos combater com a verdade. É impossível o que disseram”, disse. “Temos informação e temos as atas”.

González disse que a luta “vai continuar”.

O Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou que o país tem “sérias preocupações de que o resultado anunciado não reflita a vontade ou os votos do povo venezuelano”.

Josep Borrell Fontelles, vice-presidente da Comissão da União Europeia, afirmou que, depois do povo da Venezuela votar sobre o futuro do país de “maneira pacífica e massiva”, “sua vontade deve ser respeitada”.

“É vital assegurar a total transparência do processo eleitoral, incluindo a contagem detalhada dos votos e o acesso às atas de votação das mesas eleitorais”, disse Fontelles.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, diz que é “difícil de acreditar” na vitória de Maduro e que o Chile não reconhecerá nenhum resultado “que não seja verificável”.

“A comunidade internacional e sobretudo o povo venezuelano, incluindo os milhões de venezuelanos no exílio, exigem total transparência das ações e do processo, e os auditores internacionais não se comprometem com o governo na conta da veracidade dos resultados”, escreveu Boric.
Outro país da América Latina, o Peru, também garante que não aceitará “a violação da vontade popular do povo venezuelano”, segundo o presidente Javier Gonzalez-Olaecha. “Condeno em todas as extremidades a soma de irregularidades com a intenção de fraude cometida pelo governo venezuelano”, disse.

O presidente da Argentina, Javier Milei, disse, antes dos resultados das eleições, que a Argentina não vai reconhecer “outra fraude” e que espera que as Forças Armadas, esta vez, “defendam a democracia e a vontade popular”.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, parabenizou Nicolás Maduro pela vitória nas eleições. A atitude do russo é acompanhada por presidentes de outros países da América Latina, como Nicarágua, Honduras e Cuba.


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