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Economia

Petrobras: reajuste da gasolina deve ser de ao menos 2,5% nas bombas, segundo analistas

Estatal anunciou alta de 7,11% na gasolina vendida aos distribuidores nas refinarias, no primeiro aumento de 2024.

Novo valor nas bombas começa nesta terça, 9/7. ( Foto: Hermes de Paula)

O reajuste da gasolina anunciado ontem pela Petrobras deve se refletir em um aumento de ao menos 2,5% na bomba, de acordo com especialistas e agentes do setor de combustíveis .

Agentes do setor dizem que o preço da gasolina já vem subindo nas últimas semanas, refletindo o aumento do preço internacional do petróleo e também o encarecimento do etanol anidro (que é misturado à gasolina) no Brasil devido a problemas na safra de cana de açúcar.

Segundo o relato de um dono de uma rede varejista, as distribuidoras já vêm aumentando os preços da gasolina nas últimas semanas no Brasil. Segundo um deles, somente no último mês foram dois reajustes.

Isso ocorre, expliquei a fonte, porque as distribuidoras precisam importar parte da gasolina que vendem, já que a Petrobras não produz o suficiente para todo o consumo do país. Por isso, elas já vêm repassando aumentos de gasolina, na direção dos preços internacionais.

Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio da gasolina passou de R$ 5,85, entre os dias 26 de maio a 01 de junho, para R$ 5,88 entre os dias 23 e 29 de junho, último dado disponível.

No mesmo período, o etanol hidratado passou de R$ 3,81 para R$ 3,83. O mesmo ocorreu com o diesel, de R$ 5,86 para R$ 5,88. Dados da Esalq apontam aumento de 6,3% no etanol anidro em São Paulo, maior mercado do país, entre os dias 26 de junho e cinco de julho. Já o etanol hidratado subiu 2,7% em São Paulo.

Com o aumento de 7,11% na gasolina vendida pela Petrobras nas refinarias, a expectativa é que os preços da bomba sofram novo aumento nos próximos dias. Segundo estimativa da Warren Investimentos, a alta de R$ 0,20 por litro nas refinarias da Petrobras deve representar um aumento em torno de 2,5% na bomba. Isso eleva o preço médio de R$ 5,88 para R$ 6,03.

— O reajuste anunciado pela Petrobras não estava em nosso cálculo de inflação. Embora soubéssemos da defasagem, o que indicava a necessidade de um reajuste, não esperávamos que a empresa tomasse essa decisão nesta segunda-feira. O reajuste não zera a defasagem. De acordo com nosso levantamento, ainda fica 6% defasado. Mais da metade da defasagem é explicada pela depreciação do real. O desempenho do petróleo explica muito pouco a disparidade — diz Andréa Angelo – estrategista de inflação da Warren Investimentos

Segundo Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, embora o aumento do preço da gasolina desagrade à população, o mercado vê como uma medida positiva, um sinal de que a Petrobras tomou uma decisão técnica, sem influência política de viés “populista”.

— A gasolina mais cara com toda certeza vai pular a inflação para cima. Não se tinha essa previsão de aumento, então agora precisaremos considerar esses valores para as próximas projeções. O aumento dos preços da gasolina pode causar um efeito cascata em outros setores da economia. Por exemplo, haverá o aumento do custo do transporte e consequentemente isso poderá elevar os preços dos alimentos e de outros bens que dependem da rodovia.


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