Brasil
Desmatamento na Amazônia no 1º semestre chega ao menor patamar desde 2017, apontam dados do Deter divulgados pelo governo
Os dados são sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgados na noite desta quarta-feira (03/07).
Os alertas de desmatamento no primeiro semestre deste ano chegaram ao menor patamar desde 2017 para a Amazônia. Os dados são sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgados na noite desta quarta-feira (03/07), em evento na sede do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, em
Brasília.
Nos primeiros seis meses deste ano, o Inpe aponta que foram destruídos 1.639 quilômetros quadrados (km²) na Amazônia, a menor área desde os 1.332 km² de 2017 e uma queda de 38% com relação a 2023.
Já no cerrado, desde 2020 a destruição vinha crescendo no primeiro semestre, chegando a um recorde de 4.396 km² em 2023. Pela primeira vez em quatro anos esse índice caiu, para 3.724 km², uma redução de 15%.
Somadas, as área perdidas nos dois biomas neste ano equivale a mais de três vezes a da cidade de São Paulo.
No acumulado dos últimos 11 meses, ou seja, entre agosto de 2023 e junho de 2024, a medição dos alertas aponta uma redução de 51,1% na Amazônia.
Para o cerrado, no entanto, o cenário é diferente. No mesmo período, houve aumento de 14,6%, mas agora com indícios de que a curva de desmatamento começa a se inverter, uma vez que houve redução nos últimos três meses.
O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, afirmou que essa é a primeira queda consistente nos alertas para o bioma. “É uma tendência que está se configurando, ainda não está consolidada”, afirmou. “Uma notícia extremamente importante, porque a gente tinha o cerrado em crescimento acelerado”, completou.
O Deter mapeia e emite alertas de desmate com o objetivo de orientar ações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e outros órgãos de fiscalização. Os resultados representam um aviso precoce, mas não são o dado fechado do desmatamento.
Os números oficiais são de outro sistema do Inpe, o Prodes, mais preciso e divulgado anualmente.
Na amazônia, 54,3% da floresta está protegida por unidades de conservação e terras indígenas. Já no cerrado, dados da plataforma Mapbiomas apontam que apenas cerca de 12% está em alguma área protegida, e as propriedades privadas ocupam 67%.
Nas propriedades particulares também há uma diferença de legislação: segundo o Código Florestal, no cerrado é possível desmatar até 80% do terreno (ou até 65% em alguns locais, em locais de transição para a floresta amazônica). Na Amazônia, o limite é de 20%.
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