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Brasil é 6º país com maior número de deslocados por desastres naturais, diz agência internacional
A entidade aponta que foram registrados cerca de 32 mil deslocamentos devido à seca, o número mais alto já registrado no país.
Em 2023, o Brasil foi o sexto país com o maior número de pessoas deslocadas de suas casas e cidades por conta de desastres naturais. Os dados foram publicados hoje pela OIM (Organização Internacional de Migrações), que aponta para um número inédito no mundo de deslocados. As informações são do site UOL.
Desastres naturais, hoje, geram mais vítimas e movimentos de pessoas do que guerras.
Segundo a entidade, os maiores afetados por desastres naturais em 2023 foram os seguintes países:
China – 4,7 milhões de pessoas deslocadas;
Filipinas – 2,5 milhões;
Somália – 2 milhões;
Bangladesh – 1,7 milhão;
Mianmar – 995 mil;
Brasil – 745 mil;
Paquistão 732 mil.
Nos EUA, foram cerca de 202 mil pessoas afetadas.
“O Brasil foi responsável por mais de um terço dos deslocamentos por desastres na América do Sul, com 745 mil, o número mais alto do país desde que os registros começaram em 2008”, revela o informe.
“As condições do La Niña no primeiro trimestre do ano levaram a uma intensa estação chuvosa em março nos estados do Acre, Amazonas e Pará, no norte do país, e no estado do Maranhão, no Nordeste, provocando um total combinado de 116 mil deslocamentos”, disse.
“Os efeitos do El Niño se instalaram em meados do ano, levando a condições mais secas no norte do país. O Amazonas começou a sofrer a pior seca em um século em setembro, deixando o rio Amazonas e algumas de suas principais tribos nos níveis mais baixos já registrados. A geração de energia hidrelétrica foi interrompida, afetando gravemente os meios de subsistência da população e levando as autoridades a declarar emergência em todos os municípios do estado”, explicou.
A entidade aponta que foram registrados cerca de 32 mil deslocamentos devido à seca, o número mais alto já registrado no país.
Os estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, no sul subtropical do país, foram afetados por chuvas recordes em outubro e novembro, provocando mais de 183 mil deslocamentos.
“O rio Jacuí, que passa por várias cidades importantes, transbordou, inundando ruas, danificando a infraestrutura e levando muitos municípios a declarar estado de emergência. Acredita-se que a chegada do El Niño tenha aumentado a intensidade da tradicional estação chuvosa da região”, disse.
Mais deslocados por desastres que por guerras
Num dado revelador sobre a situação do planeta, a OIM alerta que, em 2023, desastres naturais obrigaram milhões de pessoas a deixarem suas casas e cidades, em busca de abrigo. O número foi superior ao de deslocados por guerras, repressão ou violência.
Citando o caso das enchentes no Rio Grande do Sul como exemplo do impacto das mudanças climáticas e alertando que a tendência é de que os deslocamentos continuem, a agência internacional afirma que 75,9 milhões de pessoas estavam vivendo em deslocamento interno no final de 2023 no mundo todo, um número sem precedentes.
Esse número não inclui os refugiados — pessoas em situação similar, mas que foram obrigadas a cruzar fronteiras nacionais.
“Quase 47 milhões de novos deslocamentos internos no mundo foram registrados no mesmo ano, destacando a urgência de proteger”, afirma a principal agência sobre migrações no mundo.
O Relatório Global sobre Deslocamento Interno mostra que o conflito e a violência provocaram 20,5 milhões de deslocamentos. Desses, o Sudão foi responsável por quase 30%, enquanto a Faixa de Gaza foi responsável por 17% (3,4 milhões) nos últimos três meses do ano.
Mas o que chama a atenção é que os desastres continuam a deslocar milhões de pessoas todos os anos e ganham uma nova intensidade.
Em 2023, desastres como o ciclone Freddy no sudeste da África, terremotos na Turquia e na Síria e o ciclone Mocha no Oceano Índico levaram 26,4 milhões de pessoas a deslocamentos, representando 56% do total de novos deslocamentos internos.
O que ainda surpreendeu foi o aumento nos deslocamentos induzidos por desastres em países de alta renda. No Canadá, por exemplo, os incêndios obrigaram 185 mil pessoas a deixarem suas regiões.
“Nos próximos anos, espera-se que o número de pessoas deslocadas por desastres aumente à medida que a frequência, a duração e a intensidade dos riscos naturais piorarem no contexto das mudanças climáticas”, alertou.
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