Economia
Com alta no preço do azeite, mercados adotam lacre antifurto nas embalagens do produto
Principal produtor do item, continente europeu enfrentou longas ondas de calor que impactaram em seu valor
Já não é mais segredo para o consumidor que o preço do azeite tem pesado no bolso. No entanto, na hora das compras, outro detalhe vem chamando atenção: em alguns supermercados, uma espécie de lacre de segurança acompanha o produto.
A produtora de conteúdo Juliana Villarinho, de 38 anos, tem mudado a rotina de compras por conta da alta do azeite. Ela já percebeu há algum tempo que o produto ganhou um sistema de segurança, mas ainda não se acostumou e ainda fica assustada:
— Claro que isso assusta, é muito estranho um produto do dia a dia sendo tratado como artigo de luxo — diz.
Villarinho não é a única, nas redes sociais, não faltam relatos de consumidores que se depararam com os lacres de segurança nas gôndolas dos supermercados — e não é só no Rio de Janeiro. Uma usuária identificada como Keul contou que, em uma unidade do Atacadão de Vitória (ES), já é possível ver os lacres nos vidros de azeite. Outro, mostrou uma prateleira repleta de azeites: todos com os lacres de segurança.
Preço do azeite continua salgado
A medida de segurança adotada pelos supermercados ocorre em um contexto de alta no preço do azeite. Levantamento feito pela empresa de inteligência de mercado Horus indicou um aumento de 48% no preço da embalagem de 500 ml de azeite de oliva virgem, entre março de 2023 e o mesmo mês deste ano, passando de R$ 27,70 para R$ 41. Já no vidro de 250 ml, o acréscimo foi de 29,4%, no mesmo período, indo de R$ 22,55 para R$ 29,19.
No caso do azeite de oliva extra virgem, a alta para embalagens de 250 ml e 500 ml entre março de 2023 e 2024 foi a mesma: 47%. Enquanto o primeiro saltou de R$ 20,94 para R$ 30,78, o segundo foi de R$ 32,16 para R$ 47,28.
Luiza Zacharias, diretora da Horus, explica que a alta ocorre por conta do clima no continente europeu. Os principais países produtores de azeite — Espanha, Portugal e Grécia — foram impactados por ondas de calor que reduziram a produção de azeitonas e encareceram o azeite.
— As ondas de calor prolongadas que atingiram a Europa no último ano, especialmente em grandes produtores como Espanha, Portugal e Grécia, reduziram a produção de azeite no mundo, levando a um aumento expressivo no preço do produto em nível global, chegando a acumular alta de 47% nos últimos 12 meses no Brasil — explica.
‘Produto de alto valor’
Procurado, o Extra Mercado, uma das redes do Grupo Pão de Açúcar, informou se tratar de “um produto de alto valor agregado e que, portanto, segue padrão da Companhia para procedimentos adicionais de proteção”.
A rede Assaí Atacadista, por sua vez, disse que “conta com algumas das medidas de segurança mais amplamente utilizadas pelo segmento de varejo alimentar em suas lojas”, como a instalação de mecanismos antifurto em diferentes categorias de produtos.
Já o Atacadão não respondeu aos pedidos de comentários.
As informações são do Extra.
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